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Com cartazes, acadêmicos fazem protesto na Ufac após estupro de aluna de pedagogia

Com cartazes, acadêmicos fazem protesto na Ufac após estupro de aluna de pedagogia
Durante protesto estudantes carregaram faixas com a palavra luto e vestiram preto (Foto Ana Clara Menezes Arquivo Pessoal)

Com cartazes e palavras de ordem, acadêmicos da Universidade Federal do Acre (Ufac) fizeram um protesto, na tarde desta sexta-feira, 18, após o caso do estupro de uma aluna do curso de pedagogia na última segunda, 14. Entre os pedidos está mais segurança no campus e combate à violência contra a mulher.

O estupro foi confirmado pela instituição, que informou que todo o apoio de saúde foi dado para acadêmica. Um boletim de ocorrência foi registrado e as câmeras de segurança estão sendo analisadas. Os estudantes fecharam a entrada da Ufac por volta de 16h e afirmavam que iriam permanecer no local por meia-hora. A Ufac divulgou uma nota de repúdio sobre o caso.

“O caso divulgado foi o que motivou e fez com que a gente se reunisse, mas a gente está aqui hoje para falar principalmente sobre violência de gênero, cultura de estupro, sobre nós mulheres não nos sentirmos seguras. A gente não se sente segura na universidade, na rua e nem em casa, pois a nossa cultura permite que casos de estupro acontecem, que casos de violência aconteçam, casos de assédio”, lamenta a estudante Ana Luiza que participou da manifestação.

Algumas estudantes seguraram cartazes escrito “luto” e usaram a hashtag #PodiaSerEu. Além da confecção de cartazes e manifestação no bloco da reitoria, o grupo também fez um ato no Restaurante Universitário (RU) e no bloco do curso de artes cênicas na tarde desta sexta, 18. A maioria usou camisas pretas.

“Quando acontece um caso que chama a atenção a gente percebe que a violência é grande e o problema é bem mais embaixo. É um problema estrutural, social, histórico e cultural e temos que trabalhar isso dentro da universidade. A gente está aqui reunido para tentar compreender que esse caso não é isolado. Esse debate é profundo. A gente tem que entender as questões de violência de gênero e violência contra a mulher que permeiam isso”, destaca Ana.

A estudante relatou ainda, que para organizar a manifestação, criaram um grupo no Whatsapp onde outras mulheres relataram vários casos e violência e assédio por parte de professores, colegas e até familiares dentro de casa.

“Esse debate tem que ser constante porque as violências estão presentes em todos os nossos meios e a universidade que deveria ser um lugar para a gente estudar e alcançar um futuro melhor é um espaço que também violenta a gente. A gente não se sente segura porque a violência de gênero é muito grande”, lamenta a acadêmica.

Estupro dentro da Ufac

O suspeito de estuprar a estudante de pedagogia da Ufac, no campus Rio Branco, parou em uma farmácia para comprar preservativos e deixou a aluna trancada no carro, de acordo com a Polícia Militar do Acre (PM-AC). Ainda de acordo com a PM, a aluna disse que foi levada para dentro do campus e abusada pelo suspeito sob a mira de um canivete.

A jovem foi abordada próximo ao Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Acre (Ifac), no Conjunto Xavier Maia, por um homem armado com o canivete. Ainda segundo a PM-AC, a abordagem ocorreu por volta do meio-dia de segunda-feira, 14. O suspeito ameaçou a aluna para ela entrar no carro.

A Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (Deam) afirmou que não pode passar mais detalhes do caso para não atrapalhar as investigações. A delegada responsável pelo caso, Kelcinaira Mesquita, revelou que já ouviu a estudante, que tem 18 anos, e que já foram feitos exames para confirmar ou não o estupro.

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