Olá, tudo bem?
Hoje, eu resolvi escrever para você que é pai, mãe ou responsável.
Antes de mais nada, preciso iniciar afirmando com todas as letras a você leitor: amo ser mãe! Ser mãe, para mim, é a coisa mais linda e preciosa que pode existir em minha vida. A maternidade sempre me fez mais forte, mais valente e mais guerreira.
Bom, assumo sem nenhum constrangimento, sou mãe coruja e leoa se for necessário. Mas devo confessar que ser mãe no cenário atual não tem sido nada fácil. Estamos diante de um mundo cheio de novidades que assustam, deixando-nos sem saber o que fazer, o que dizer, como se estivéssemos sendo manipulados, ou usados como experimentos.
Lembrando também, que o consumismo invadiu esta geração, e muitas vezes, nós pais, alimentamos este tipo de comportamento, pois também temos nos tornado consumistas.
E aí, começo a me perguntar: afinal, eu devo ser mãe ou amiga de meus filhos? Eu devo me posicionar como pai ou simplesmente amigo do meu filho (a)? O que acha de vocês, pais, fazerem essa reflexão comigo nesse momento, afinal, estamos falando de nossos filhos.
Então vamos lá. Se você resolver ser amigo ou amiga de seus filhos, quem então fará o papel de pai e mãe?
Na verdade, você pode ser o melhor amigo (a) do seu filho (a), porém, antes não esqueça que você é pai, que você é mãe, e como tal, você tem autoridade sobre eles, enquanto que ser apenas amigos, não!
Sabe, eu tenho percebido algumas atitudes que sinceramente tem me deixado preocupada, afinal, também sou mãe.
Hoje, nós, pais e mães, não queremos que nossos filhos enfrentem aquilo que um dia enfrentamos e que nos fez ser a pessoa que somos, trabalhadores, fortes, determinados e etc. Queremos poupá-los de tudo e dar tudo aquilo que nunca tivemos. Mas, até que ponto isso pode ser positivo?
Que tipo de pessoa estamos realmente construindo?
Antes, o que acha de voltar ao tempo e nos lembrar de quando éramos apenas filhos, por exemplo: O que você se tornou com os princípios, valores e exemplos que os seus pais deram para vocês? Um homem, uma mulher, um trabalhador, trabalhadora que vive com dignidade?
Então o que seus pais deram, valeu ou não valeu a pena?
Não estamos nós, por termos passado por algumas privações materiais na infância e ou adolescência, exagerando, recompensando, fugindo ou perdendo o controle sobre os nossos filhos?
Existe alguns discursos que me deixam pensativa, como por exemplo:
– Eu sempre vou dar ao meu filho tudo aquilo que nunca tive.
– O meu filho tem que ter o melhor.
– Nunca negarei nada ao meu filho.
Será que não está passando da hora de refletirmos bem sobre essas expressões que muitas vezes fazemos questão que os mesmos escutem?
Eles, sim, os nossos filhos, são inteligentes. Eles captam tudo! Inclusive nossas carências, revoltas e fragilidades. E, diante disso, manipulam também.
Quando percebem os nossos pontos fracos…, aí, saberão como agir e tomar o controle da situação da forma mais bonitinha do mundo, com biquinho e tudo. Fazendo que vocês, pais, fiquem nas mãos deles, achando tudo lindo, uma graça! Afinal, não podem contrariá-los.
Pais, aqui para nós, será que esses discursos atuais, que citei anteriormente, não podem estar se tornando hoje um grande problema pra nós? Afinal, estamos nos exigindo tanto!
É necessário darmos tudo aquilo que, inclusive, não podemos dar? Será que não estamos estimulando o individualismo, egoísmo e o consumismo em nossas crianças e adolescentes? Por que eles precisam ter tudo? Afinal, o que fizeram para merecerem tamanha recompensa?
Você, mãe ou pai, não teve tudo, e acredito que hoje sabem valorizar aquilo que conquistaram com tanta luta, trabalho e disciplina. Por que seu filho não pode aprender o mesmo valor? Quem garante que no usufruto destas recompensas eles saberão reconhecer os esforços de você mãe, de você pai?
Pois a partir do momento que vocês dão gratuitamente o que eles pedem e exigem, não estão permitindo que eles sintam o prazer da conquista através de um bom comportamento, por exemplo.
É visível, os filhos nada precisam fazer para adquirir, vocês simplesmente dão, presenteiam, e muitas vezes eles ainda não se satisfazem com a marca, grife, enfim, não era bem aquilo que o rei e a rainha queriam.
Pois é, vivemos em uma geração de reis e rainhas, e os pais não passam de súditos, escravos, prontos para servi-los e ficarem endividados na maioria dos casos.
Por que eles têm que ter o melhor?
Será que eles não poderão se satisfazer com o que simplesmente você pode oferecer? Não percebem que o estímulo consumista está demais e prejudicando inclusive as finanças de vocês?
Outra mais: hoje eles falam demais em direitos, e quanto aos deveres, eles estão cumprindo? Estão vocês, pais, esquecendo de cobrá-los a cerca desses deveres? Sim, do dever que eles têm de respeitar, obedecer, estudar, tirar boas notas, arrumarem seu quarto, ajudar em casa, dividir tarefas e obrigações, contribuindo assim, para o bom funcionamento da casa, do dia a dia que é tão cansativo e muitas vezes estressante para você que é mãe, que é pai.
Pais, cuidado com a superproteção! Ela enfraquece, torná-os inseguros, incertos, descrentes deles mesmos, com autoestima baixa, com dificuldades de interagir e sem saber agir nesse mundo.
Diga-me outra coisa, até quando vocês poderão poupá-los das frustrações?
A criança precisa experimentar o sentimento de frustração, e isso depende de você mãe e pai. Saiba dizer ‘não’ no momento certo, dê limites, discipline com firmeza e amor, corrigindo-os, educando-os, mostrando que nem tudo é como eles querem, e que eles não podem ter tudo.
Quando se faz isso, ao crescerem, eles não ficarão enraivecidos, impactados ou imobilizados diante da frustração, pois será um processo natural, ele só precisará se manter firme em seus propósitos e seguir a diante, pois a frustração faz parte do processo da vida.
Eu sei que dói ver um filho sofrer, se entristecer… Mas, lembre-se: assim como você aprendeu com os seus sofrimentos e frustrações, seu filho (a) também irá aprender, compreender, amadurecer, crescer, tornando-se pessoa.
Pais, mães, vocês precisam ensinar os filhos de vocês a se tornarem seres humanos independentes de vocês e responsáveis pelas suas próprias atitudes e comportamentos.
Os nossos filhos não estão precisando de bens materiais, eles estão precisando de pais e mães, de amor e firmeza, diálogo, compreensão e educação.
Eles precisam de exemplos e referências.
Sim, nossos filhos precisam de PAIS.
Um grande abraço!
Fique com Deus!