O Dia do Meio Ambiente foi celebrado em Rio Branco nesta terça-feira, 5. De acordo com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), o Estado possui 87% de floresta nativa. Apesar disso, problemas ainda existem e são citados e questionados pelo professor especialista em planejamento e uso de bacias hidrográficas, Claudemir Mesquita.
Uma Caminhada pelo Meio Ambiente ocorreu na manhã desta terça, que saiu da Praça da Revolução e se encerrou na Praça do Novo Mercado Velho. A Sema distribuiu 200 mudas, entre frutíferas e florestais, ao público presente.
A Semana de Meio Ambiente é realizada pela Prefeitura de Rio Branco, com programação que se estende até o dia 8. De acordo com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semeia), a programação tem o objetivo de promover ações que despertem nas pessoas atitudes e comportamentos para a adoção de práticas sustentáveis que contribuam com a preservação e conservação do meio ambiente.
Nesta quarta-feira, 6, será comemorado o 13º aniversário da Área de Proteção Ambiental Raimundo Irineu Serra (Aparis). No local, haverá visita histórico-cultural ao Memorial Irineu Serra, Memorial Alto Santo e Centro de Iluminação Cristã Luz Universal (Ciclo– Alto Santo). Às 9h deste mesmo dia, o engenheiro florestal Cledson Reis ministrará, no auditório da Semeia, a palestra “Licenciamento ambiental para postos de combustíveis”.
Além disso, será realizada uma programação educativa no Horto Florestal nos dias 7 e 8, com venda de artesanatos e apreciação de comidas típicas. No local, terá a exposição de um biodigestor, horta orgânica, oficina de sabão, manejo de abelhas, protótipo do ecoponto, laboratório de sementes, compostagem, oficinas de reciclagem de brinquedos, museu do lixo e confecção de cosméticos naturais.
Por fim, no dia 8, a prefeita Socorro Neri assinará o decreto para a implantação da Agenda Ambiental na Administração Pública, denominada de “A3P”, que vai valer para toda a prefeitura de Capital.
Especialista alerta para cuidados com rios e igarapés
De acordo com o professor especialista em planejamento e uso de bacias hidrográficas, Claudemir Mesquita, os rios e igarapés existentes no Acre não pulsam em um som aceitável.
“Parece que baldearam a cabeça e o coração dos homens e deixaram apenas o neurônio da mal. Porque nossos rios correm esgoelados em calhas gagas, cheias de velhas rugas. O Ministério do Meio Ambiente, o Ministério da Justiça, o WWF-Brasil e o CNRH, tudo isso, se constituiu num grande esforço, para equacionar ou minimizar os danos ambientais mais severo, que agride o Rio Acre. Nada foi resolvido, e ainda hoje se discute os mesmos problemas”, relatou o professor.
Os problemas que Claudemir relata são sobre o destino do esgoto, desmatamento, as secas que chegam a comprometer o abastecimento das cidades, as cheias que chegam a ultrapassar a linha do planejamento das cidades, a remoção dos bancos de areia que encalha a navegação, entre outros.
De acordo com o pesquisador, o esforço, ecoou lá no Planalto. “E o que veio de lá, para recuperar o Rio Acre, foi diluído entre as instituições e a burocracia”, criticou.
Sobre um Plano ‘B’ para disponibilizar água potável para a população de Rio Branco, Claudemir é enfático ao afirmar que no subsolo não existe água suficiente para suprir o consumo da cidade daqui a 200 anos.
“O plano ‘B” seria a Bacia do riozinho do Rôla? Essa ainda não recebeu nem uma indicação dos vereadores para que seja criado pelo menos uma área de preservação ambiental visando frear o desmatamento”, comentou.
Diariamente, Rio Branco injeta no Rio Acre mais ou menos 9.020 metros cúbicos de esgoto.
“As cidades crescem 5% ao ano e o rio definha 8 cm de lâmina d’água por ano. Como vamos fechar essa equação?”, finalizou Claudemir Mesquita.