O policial civil Maicon Cézar Alves dos Santos é o principal suspeito no furto das armas da delegacia de Brasileia, interior do Acre, e exercia funções administrativas no local.
Santos foi afastado das funções de policial após ser condenado em 1ª instância pelo sequestro do trabalhador rural Sebastião Nogueira do Nascimento, em junho do ano passado.
A Polícia Civil admitiu, nesta segunda-feira, 18, o furto na delegacia do interior. Após negar o crime, a instituição falou, durante uma coletiva, que adotou o silêncio como técnica de investigação. Santos é apontado como a pessoa que facilitou a entrada de um boliviano na delegacia. As armas furtadas foram apreendidas e o boliviano preso.
O secretário-adjunto da Polícia Civil, Josemar Portes, explicou que Santos foi destacado para a administração da delegacia por ordem judicial. Ele ressaltou que o servidor não foi exonerado, uma vez que a condenação a mais de sete anos de prisão ainda cabe recurso.
“Não pode ser exonerado porque a sentença que o condenou, pelo suposto sequestro, ainda não transitou em julgado. Não pode ser executado ainda. Tão logo o tribunal julgue e, se confirmada a sentença, ele será exonerado definitivamente. Não deixou de ter acesso nas dependências da delegacia, em que houve essa facilitação”, ressaltou.
Portes contou também que o servidor entrou de férias na segunda. “Isso até pode ter sido usado como elemento para que pudesse praticar o ato na semana anterior as férias. Estamos avaliando. Estava com férias agendadas”, detalhou.
Sequestro
O policial foi preso durante a “Operação Pátria Amada”, deflagrada em junho de 2017, pelo Ministério Público do Acre e Polícia Federal. Outros três bolivianos foram identificados como autores do crime.
Conforme a denúncia, no dia 11 de fevereiro de 2017, o policial brasileiro, juntamente com policiais bolivianos, entraram na casa de Sebastião Nascimento, em Epitaciolândia, o sequestraram e o levaram até a Bolívia. Lá, ele foi mantido em cárcere privado por mais de 15 dias.