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No “rastro de sangue”

As imagens de uma única policial para cuidar de um município inteiro e uma unidade da Polícia Federal fechada no cadeado exibidas no último domingo no programa Fantástico da Rede Globo sobre a violência no Acre mostraram para o país inteiro as fronteiras do Estado completamente escancaradas para a entrada do narcotráfico que alimenta as facções criminosas e, por conseguinte, a total omissão do Governo Federal com esse grave problema.
A rigor, o que foi mostrado na reportagem não é novidade nem para as autoridades e para a população que vem sofrendo os horrores dessa carnificina que se estabeleceu, nos últimos anos, não só no Acre, mas nos demais estados da região amazônica.
A sociedade é testemunha das denúncias quase diárias que o governador Tião Viana vem fazendo sobre o problema, chamando a atenção do Governo Federal para assumir suas responsabilidades. Ele mesmo já se renuiu com outros governadores, com ministros sugerindo a criação de um Plano Nacional Integrado de Segurança para fazer a devida prevenção e combate a esses grupos criminosos.
Até agora, porém, nenhuma providência foi tomada e como o próprio governador assinalou o narcotráfico vai deixando “um rastro de sangue indescritível com milhares de corpos de jovens no chão”, vítimas dessas facções na disputa pelas drogas e armas. E pior seria se as forças locais de segurança não estivessem trabalhando com os parcos recursos que dispõe para combatê-las.

Fabiano Azevedo: