A menos de quinze dias para a abertura da Copa do Mundo, o comércio de Rio Branco já está em clima do Mundial. As bandeiras, pinturas e vitrines em verde e amarelo mostram o apoio da torcida à seleção brasileira.
O clima no comércio é de otimismo e incerteza ao mesmo tempo. O Mundial deve aquecer as vendas em diversos ramos, como o de eletroeletrônicos. A Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros) estima que sejam vendidos 12,5 milhões de aparelhos, entre televisores e celulares – sendo 6,8 milhões no primeiro semestre.
O número, porém, é menor do que o registrado em 2014, quando a Copa do Mundo ocorreu no Brasil. Naquele ano foram vendidas quase 15 milhões de unidades. Especialistas apontam que a venda de TVs, motivada especificamente pela Copa, gira em torno de 5%.
As promoções chamam atenção de quem passa em frente às lojas de eletroeletrônicos. Os televisores estão expostos estrategicamente na entrada do estabelecimento. A gerente de vendas de uma das lojas, Alessandra Guerra, afirma que a procura por televisores já é grande. As vendas aumentaram 18% em relação ao mesmo período do ano passado.
“Estamos fazendo estoque de televisores desde o começo do ano e as vendas já são maiores do que a última Copa, mas ainda não calculamos um percentual. As promoções estão muito atrativas e temos muita variedade de tamanhos. Está sendo um sucesso”.
De acordo com a gerente, o modelo mais procurado pelo cliente é a televisão de 55 polegadas. “Hoje os consumidores querem uma TV maior não por que eles não tenham televisão, mas querem uma maior para assistir aos jogos”.
O evento esportivo afeta o comportamento de consumo do brasileiro, com crescimento das compras de modo geral. O mercado de artigos de decoração é outro ramo que registra aumento nas vendas.
Bandeiras de todos os tamanhos, chapéus, balões verdes e amarelos e muito brilho enfeitam uma das mais tradicionais lojas de artigos de festas de Rio Branco. Contudo, apesar de os produtos estarem expostos desde a segunda quinzena de maio, as vendas começar a aquecer no último dia do mês. É o que conta o fiscal de vendas, Renato Bezerra.
“A vendas estavam paradas, mas a nossa expectativa é que até o dia dez de junho as vendas sejam grandes. Na última Copa, que foi no Brasil, o povo estava mais animado. Estamos achando que essa não vai superar as vendas. Em 2014, as vendas começaram no meio do mês de maio, a procura já era grande”.
Renato explica que no momento os produtos mais vendidos são as bandeiras do Brasil e enfeites em geral. “As pessoas estão enfeitando as ruas então vendemos muitas bandeiras. Já os acessórios são vendidos mais nos dias de jogos. Nesses dias a movimentação na loja é grande”.
Vestindo-se de verde e amarelo
O primeiro jogo do Brasil acontece no dia 17 de junho e, como bom brasileiro, a camisa da seleção não pode faltar para a torcida ficar ainda mais forte. Lojas de confecções e artigos esportivos investem em vitrines verde e amarelo para atrair clientes.
O sócio proprietário de uma loja de confecções, Renato Bezerra, diz que as camisas da seleção brasileira começaram a ter saída já no final de maio. Desanimado, ele conta que camisetas da Copa de 2014 voltaram às vitrines por que não foram vendidas.
“Nós queremos que seja melhor que a última Copa, que nós vendemos muito enquanto o Brasil estava ganhando. Depois que perdeu de 7 a 1 a mercadoria parou. Na última Copa vendemos mais de cinco mil camisetas. Mas acredito que nos dias de jogos do Brasil as vendas vão aumentar”.
A reportagem percorreu lojas que estão vendendo a réplica da canarinho para saber o preço médio. Uma camiseta amarelinha varia de R$ 90 a R$ 190 no tamanho adulto. Já o modelo original pode chegar a custar mais de R$ 200.
Em um dos estabelecimentos, as camisetas começaram a ter saída em abril deste ano. A expectativa é que o estoque da coleção do Brasil seja zerado, assim como em 2014. O gerente de vendas, Ney Nobre, espera um crescimento de 10% em relação ao último Mundial.
“As pessoas ainda estão pesquisando, mas estão procurando sim. Esperamos que quando os jogos começarem as vendas aumente ainda mais”.
E quem disse que a torcer pelo Brasil é coisa de adulto? Lojas de confecções infantis também investiram em roupas e acessórios para as crianças torcerem junto com a família.
“Tem mulher que ainda está grávida, mas vem comprar uma roupinha do Brasil pra marcar o ano que o filho nasceu. A nossa expectativa é muito boa, estamos com muita esperança. Se a seleção começar a Copa ganhando, vamos vender muito mais”, comenta o proprietário de uma loja especializada em roupas infantis, Luís Chaves.
Casal que torce junto
O casal Yasmim Aguiar, 22 anos, e Gabriel Garcez, 36 anos, já está em ritmo de Copa do Mundo. Essa é a segunda vez que eles irão assistir ao Mundial juntos e, como amantes de futebol, as expectativas são de Hexacampeonato.
“Já compramos nossas camisas oficiais, o ‘cavalinho do Fantástico com a camisa da seleção e pretendemos decorar a casa de verde e amarelo no período dos jogos”. Diz Aguiar.
A tradição de se reunir com a família e amigos para assistir aos jogos também faz parte da vida do casal. Pé quente e supersticiosa, a jovem conta que os familiares costumam fazer bolão do placar, além de vestir a camisa canarinho em todos os jogos do Brasil. “Se eu assistir ao jogo em um local e o Brasil perder, já não quero assistir no mesmo lugar. Reunir a família e os amigos pra assistir os jogos é fundamental. Futebol é a grande paixão nacional, e a Copa é o momento em que todo mundo tira a camisa do seu time do coração, as rivalidades ficam de lado e a torcida se torna unificada. Então, gosto de estar junto dos amigos e família por ser um momento que todo mundo tá torcendo pelo mesmo time, e claro, fazendo aquele churrasco”.