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Coronel rebate reportagem exibida no Fantástico: “Não existe um ponto no presídio que a polícia não entre”

FOTO/ DIVULGAÇÃO

A segunda parte da série de reportagens intitulada “Acre em Guerra” foi exibida pelo fantástico neste domingo, 10. Nesta edição, o programa mostrou o maior presídio do Acre, o complexo penitenciário Francisco D’Oliveira Conde, que é dividido por um muro de dez metros para isolar as facções criminosas rivais.

A rivalidade entre as organização é tanta que foram suspensos o programa de educação e atendimento de saúde para evitar o encontro de presos rivais. Segundo exibido na reportagem, o local tem capacidade para receber 1,4 mil presos, mas no momento tem 3,5 mil.

Além da superlotação, outro fator chamou atenção de quem assistiu a reportagem. Um dos pavilhões seria comando por criminosos, ou seja, agentes penitenciários não entram no local. Até a contagem do número de presos é feita por um detento escolhido pelos colegas de cela.

O secretário de Segurança em exercício, o coronel Dantas, nega a informação exibida pela reportagem. “Passei 14 anos da minha vida dentro do Bope. Não existe um ponto no presídio, em nenhum presídio desse estado, que o agente penitenciário, Polícia Militar e Polícia Civil não entre. Isso é lenda”.

A reportagem apresenta números assustadores e mostra que a taxa de homicídios cresceu significativamente. Até 2015, o índice de mortes no estado era igual à taxa nacional. Hoje, no Brasil a taxa é de 26 mortes por 100 mil habitantes, enquanto no Acre são 60 mortes por 100 mil habitantes.

Já em Rio Branco, o índice de homicídios passou de 32 em 2015 para 80 em 2017, quase 50% de aumento em dois anos. A taxa é considerada a maior dentre todas as capitais.

Em contrapartida, o secretário em exercício destaca o levantamento divulgado nesta segunda-feira, 11, que aponta redução de 16% no número de homicídios este ano, se comparado ao mesmo período do ano passado. Na Capital, a redução foi ainda maior, 38%. “Não são números para se desprezar”, acrescenta.

O coronel admite que é necessário intensificar ações contra o crime, mas afirma que o governo tem feito a sua parte. Prova disso, segundo ele, é a apreensão feita nesta segunda, 11, de pouco mais de 92 kg de maconha, no município do Bujari.

“A configuração do crime na nossa região é muito complexa. Mas, de forma geral, o Estado está em peso, unido e integrando as polícias para tentar minimizar qualquer dano à população”.

Falta de policiamento

O coronel ressalta ainda que na primeira parte da reportagem exibida no dia 3 de junho houve falta de informação. Dentre outros aspectos, o programa mostrou que em Marechal Thaumaturgo apenas um agente de Polícia Civil atua na região que é rota de tráfico.

De acordo com Dantas, nove policiais trabalham na região. “Aquele município possui um Centro Integrado de Polícia em que existem oito policiais militares e a policial civil. Então, são nove policiais. Há mais de três anos não tem registro de homicídio naquela região”.

 

 

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