O Acre lidera o ranking de homicídios de pessoas com idade entre 15 e 29 anos no período de 2015 a 2016. Segundo a pesquisa do Atlas da Violência, o número de assassinatos de jovens cresceu 84,8%. Os dados foram divulgados nesta terça-feira, 5.
De 2006 a 2016, o crescimento da taxa de homicídios entre pessoas de 15 a 29 anos foi ainda maior, 129,7%, sendo que a média no país era de 23%. No Brasil, a taxa de homicídios é de 30 mortes para cada 100 mil habitantes, de acordo com o Ministério da Saúde.
A pesquisa do Atlas traduz em números casos como do adolescente Eduardo Pereira de Oliveira, de 17 anos. Ele foi morto com três tiros enquanto jantava com a mãe, pai e um amigo, em frente de casa, no bairro Sobral, em 2016.
Ainda segundo a pesquisa, foram registrados 363 homicídios em 2016. Até 2012 eram 200 por ano.
De acordo com o secretário de Segurança Pública, Wanderley Thomaz, o aumento no número de mortes tem a ver com a guerra entre facções criminosas que começou justamente no período analisado.
Thomaz explica que os jovens são atraídos pela falsa sensação de poder prometida pelos líderes das organizações criminosas. “O jovem é mais fácil de ser cooptado. Acreditam na falsa ilusão do herói, do homem forte, mas estão lidando com bandidos e no final só restam dois caminhos: a prisão e a morte. Alguns são vítimas inocentes dessa guerra”.
O secretário destaca que a falta de oportunidade de emprego também é um fator que contribui para o aumento da violência. “Como não se oferece emprego ou outras atividades, os jovens procuram facções, com isso o terror vai crescendo na medida em que mais adolescentes são arregimentados”.
O estudo elaborado pelo Ipea e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostra que nos últimos dez anos, 553 mil pessoas perderam a vida vítimas de violência no Brasil. Em 2016, 71,1% dos homicídios foram praticados com armas de fogo.
Segundo dados divulgados pela Secretaria de Segurança Pública do Acre (Sesp-AC), o Acre registrou 108 mortes violentas somente nos três primeiros meses desse ano.