O clima esquentou na Câmara de Vereadores de Rio Branco, na sessão de quarta-feira, 20, depois que o oposicionista N. Lima (PSL) chamou o Partido dos Trabalhadores de facção criminosa. A fala não foi bem recebida pelos vereadores do PT na Casa.
As críticas de N. Lima ocorreram após as falas dos vereadores Mamed Dankar e Rodrigo Forneck, ambos do PT. Os parlamentares elencaram os projetos no qual consideram de maior sucesso do Governo Federal, na gestão do ex-presidente Lula e de Dilma Rousseff.
Dankar, por exemplo, citou o Pronatec, PNHE, PAA, Pronaf e Luz Para Todos. “São projetos de grande alcance social”. Forneck corroborou a fala do colega de parlamento. “Se tem um governo que fez muito por este país e pelo seu povo foi o do PT, através de Lula e Dilma. Temos, sim, projetos de grande importância para o Brasil, como Minha Casa, Minha Vida, Bolsa Família e Luz Para Todos”, disse. Lima retrucou os petistas e afirmou que todos os projetos falharam. “Quero usar minha fala para desmentir esses vereadores que vem a essa tribuna mentir. Nenhum programa social criado por vocês deu certo. O único projeto que deu certo foi o de audiência de custódia, para proteger bandido. Vocês do PT fazem parte de uma facção criminosa”, disparou Lima.
O oposicionista disse ainda que o ex-presidente Lula apenas copiou programas implantados por FHC, citando o Luz Para Todos e Bolsa Família. “O Bolsa Família já existia antes do Lula e era conhecido como Bolsa Escola. Aí vem o cara aqui afirmar que inovaram. Eles copiaram projetos de gestões anteriores, isso sim. O Luz Para Todos não é esse sucesso todo que falam. As falhas são enormes”.
A fala de N. Lima causou um desconforto do plenário da Casa. O vereador Eduardo Farias (PCdoB) saiu em defesa dos colegas. “Ofensa grave e pessoal especialmente num momento em que a gente está vivendo aqui no Acre”, disse ao pedir à mesa diretora do parlamento municipal que retirasse dos registros da Casa a palavra “facção”.
O vereador Mamed Dankar disse que “as declarações de N. Lima eram infelizes”. Sugeriu ainda que o Partido dos Trabalhadores representasse contra o oposicionista. “Inadmissível que um parlamentar suba à tribuna e profira ofensas desse porte. Não sou corrupto e muito menos integrante de qualquer facção criminosa. São acusações graves. Não permitirei tentar afetar minha honra ou de alguém de minha família. O partido tem que se mobilizar em relação a isso. Há muito tempo a gente vê esse destempero”, disse.
Já Rodrigo Forneck, ao comparar N. Lima com o famoso personagem “João Plenário”, da Praça É Nossa, chamou-o de “desqualificado”. Solicitou ainda que a mesa diretora do Legislativo, bem como o Conselho de Ética da Casa adotasse medidas para evitar ofensas nos discursos.
“Somos do PT e meu partido não é uma facção. Vereador N. Lima, eu estou lhe pedindo respeito não só a mim, mas a todos os outros 16 vereadores dessa Casa. Você só sabe berrar”, declarou.