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Pré-candidato ao Senado, Minoru Kinpara fala sobre processo eleitoral de 2018

FOTO/ ACERVO PESSOAL

A equipe do Jornal A GAZETA conversou essa semana com o pré-candidato ao Senado pelo partido Rede Sustentabilidade, Minoru Kinpara. Na oportunidade, ele falou um pouco sobre o processo eleitoral de 2018 e o que o motivou a querer disputar o pleito. Comentou também como pretende ajudar o estado, caso seja eleito senador.

Kinpara falou ainda sobre a receptividade da população no interior à sua pré-candidatura e frisou que o resultado das últimas pesquisas de intenção de voto mostra que a população tem desejado mudança.

Confira a entrevista:

A GAZETA – O que o motivou a participar do pleito eleitoral deste ano?

Minoru Kinpara – Tive a honra e o privilégio de ser eleito reitor da Universidade Federal do Acre em 2012 e reeleito em 2016 com 85,92% dos votos da comunidade acadêmica. Percentual jamais obtido em uma eleição na Ufac. Isso demonstrou que tivemos o nosso trabalho reconhecido e aprovado. Tenho a consciência de que não fizemos tudo. No entanto, ajudamos a melhorar muito a nossa universidade. Hoje, com certeza, ela é mais honrada e respeitada. Tínhamos mandato até 2020. No entanto, pelo trabalho desenvolvido com zelo pelo bem público passamos a receber inúmeros convites para disputar uma vaga para o Senado nas eleições de 2018.

A decisão foi muito difícil. Oramos, conversamos com amigos e depois tomamos a decisão de colocar o nosso nome à disposição da sociedade acreana, acreditando que o eleitor quer realmente mudar. Dar a oportunidade para pessoas que, comprovadamente, têm condições de servir ao povo do Acre com honradez e dignidade. Muitos projetos que começamos na Ufac, iremos, se lograrmos êxito, defender em Brasília, como por exemplo: o Hospital Universitário, a expansão do Ensino Superior no nosso estado, a construção de um complexo de pesquisa básica e avançada para ajudar no desenvolvimento do Acre, a criação do parque tecnológico, etc. Por depender 100% de recursos do Governo Federal, não teríamos condições, na condição de reitor da Ufac, de implantarmos esses projetos, pois querendo ou não, admitindo ou não, dependemos de apoio político em Brasília para implementarmos esses e muitos outros projetos de grande relevância para o povo do Acre. Foi por isso que decidi renunciar ao mandato de reitor que teria até 2020 para ser pré-candidato ao Senado em 2018.

 

A GAZETA – O senhor se sente preparado para o desafio caso seja eleito?

Minoru Kinpara – Sim, me sinto preparado para esse desafio. Creio, verdadeiramente, que posso contribuir muito com o nosso querido Estado do Acre e com o Brasil. Tivemos bons ex-reitores que ajudaram e ajudam muito o Brasil. Posso citar Darcy Ribeiro e Cristóvão Buarque. Um mandato de senador pode ajudar muito uma nação. É muito pouco para um Senador passar 8 anos no Senado e não apresentar nenhum projeto de lei de relevância para a Sociedade Brasileira. Só dividir emendas, apesar de ser importante, é muito pouco, diante das possibilidades. Sorrir, dar tapinhas nas costas é importante. No entanto, é preciso ter competência para ajudar, verdadeiramente, na construção de uma nação desenvolvida e com mais justiça social. Sei que posso ajudar muito o Acre e o Brasil, e vou pedir, no momento certo, uma chance aos acreanos para mostrar isso.

 

A GAZETA – Como o senhor tem feito para levar sua mensagem enquanto pré-candidato ao Senado até o eleitor?

Minoru Kinpara – Usando, principalmente, as redes sociais e os 3 “S” (sapato, saliva e suor). Sei que não tenho as mesmas estruturas que muitos pré-candidatos ao Senado terão nessas eleições. No entanto, acredito que o desejo de mudança da população será maior do que essas superestruturas. No momento certo, irei fazer campanha, conversando com as pessoas, olho no olho, sem mentir, trapacear e nem enganá-las, pois creio que quem faz isso não vai mudar depois de eleito. O modo como você ganha uma eleição determina também o como você irá exercer o seu mandato.

 

A GAZETA – Qual o seu diferencial em relação aos outros candidatos?

Minoru Kinpara – Primeiro, não sou político de carreira. Não sou um profissional da política. Não estou entrando na política para ser servido e sim para servir. Não para servir de qualquer jeito, mas para servir bem. Sou uma alternativa para a mudança. As pessoas me perguntam: “Minoru, quem vai votar em você?”. Eu respondo: quem deseja mudança e quem sabe do nosso trabalho realizado na Universidade Federal do Acre. Não é qualquer mudança. Não podemos mudar por mudar. Tenho um trabalho realizado nesse Estado por meio da nossa gestão frente à Universidade Federal do Acre e que foi reconhecido pela comunidade acadêmica que nos reelegeu em 2016 com 85% dos votos. Portanto, caso eu seja escolhido pelos acreanos para representá-los no Senado Federal atuarei com o mesmo compromisso, com a mesma postura ética, com a mesma honestidade e com o mesmo zelo com o bem público que tive enquanto reitor da Ufac. Segundo, pelos projetos e propostas que estamos defendendo, como o Hospital Universitário, a expansão do ensino superior público no estado e o investimento de 10% no PIB para a educação. Hoje o Brasil investe apenas 3,8% do PIB em educação. Não é possível um país se desenvolver com um investimento tão pequeno em educação. O Brasil precisa priorizar investimentos em educação, ciência, tecnologia e inovação. Todos os países que entraram em crise e fizeram isso conseguiram sair dessa situação crítica. O governo brasileiro faz o contrário, ou seja, na crise, corta recursos da educação, ciência, inovação e tecnologia.

 

A GAZETA – O senhor tem aparecido muito bem nas pesquisas de intenção de votos. Surpreso?

Minoru Kinpara – Não. Como já disse anteriormente, as pessoas estão cansadas de tudo o que está acontecendo no nosso país e querem mudança. Eu tenho um trabalho realizado e represento o novo. O eleitor sabe que esses políticos que colocaram o Brasil no fundo do poço são incapazes de tirá-lo de lá. O Brasil precisa de políticos comprometidos com educação, saúde, segurança pública de qualidade para a população brasileira e não de políticos comprometidos com os carteis que assaltam o patrimônio público do povo brasileiro.

 

A GAZETA – Em sua opinião, qual o principal problema do Acre? Caso eleito, como seu mandato ajudaria?

Minoru Kinpara – Temos vários problemas: de segurança pública, educação, saúde e desemprego. No entanto, o problema mais latente é a insegurança pública. E um mandato de senador pode ajudar muito. Vamos apoiar políticas de fortalecimento e valorização das instituições e dos profissionais de Segurança Pública, formação continuada dos profissionais de segurança pública, diminuição do déficit de pessoal de segurança pública, modernização e ampliação do sistema prisional, além de apoiar ações de fortalecimento de segurança nas fronteiras. Ainda em relação à questão de segurança pública, são necessárias ações preventivas. Temos que dar oportunidades para os nossos jovens. Por isso, a importância de termos um maior investimento em educação, esporte e cultura. Além disso, enquanto senador, iremos propor e apoiar projetos que ajudem a desenvolver economicamente o nosso Acre, gerando emprego e renda.

 

A GAZETA – Como ser um político proativo em tempos de crise?

Minoru Kinpara – Sendo um político diferente da maioria desses que estão hoje na Câmera e no Senado Federal. Uma boa parte dos políticos não se importa com a coletividade e sim com os seus próprios interesses e de seus grupos. Eles não perguntam o que podem fazer pelo Brasil e sim o que o Brasil pode fazer por eles. Deixam de tomar as medidas necessárias para ajudar o povo e tomam medidas para se manter no poder. Pensam sempre na sua eleição e reeleição. Não têm coragem de mudar as leis, acabando com a reeleição, com o foro privilegiado, com as mordomias e privilégios e com a corrupção que envergonha o nosso país.

 

A GAZETA – Eleição é sinônimo de força econômica. Outras candidaturas aparentam um poder econômico financeiro muito grande. Como enfrentar essas candidaturas com poderio financeiro alto?

Minoru Kinpara – Acredito que o desejo de mudança do eleitor será maior do que as superestruturas que alguns candidatos terão nessa eleição. As reforma nas regras das eleições de 2018 só beneficiam quem já tem mandato. Foram feitas para evitar mudanças. Isso não é de se entranhar, pois foram eles que as fizeram. Tempo de televisão e, principalmente, recursos financeiros são desiguais ao extremo. Irei continuar com os meus 3 “S” (sapato, saliva e suor), conversando com as pessoas, olhando olho no olho e falando a verdade, sem mentira e sem enganação, pois o modo que você usa para vencer uma eleição irá determinar o modo como você irá exercer o seu mandato. Minha campanha será franciscana no verdadeiro sentido da palavra.

 

A GAZETA – Como tem sido a receptividade no interior?

Minoru Kinpara – O fato de ter levado cursos da Ufac para o interior, atendendo pessoas de todos os 22 municípios do Acre, tem tornado a minha acolhida muito boa. Tive a honra de ser homenageado por muitos formandos, mesmo após a minha saída da reitoria da Ufac. É gratificante e emocionante chegar em Porto Walter, Jordão, Santa Rosa, Marechal Thaumaturgo e ouvir os alunos da Ufac dizerem: “Se o senhor não tivesse trazido a Ufac até aqui no nosso município, eu jamais teria a oportunidade de ter um curso superior na minha vida. O meu pai é analfabeto, a minha mãe é analfabeta, o meu avó e avô não sabiam nem ler e nem escrever. De geração em geração, eu sou a primeira pessoa da minha família a ter um diploma de nível superior na vida”. Confesso que já chorei quando escutei isso. Pois, isso vale, com certeza, mais do que uma dentadura, um milheiro de tijolo, uma botija de gás em época de eleição. Isso significa melhoria de vida permanente para a família do formando e da educação no seu município, pois esses alunos da Ufac são professores da zona rural desses municípios. Alcançar a população desses municípios já é difícil. Imaginem alcançar a população da zona rural desses municípios!

 

A GAZETA – A Ufac, em sua gestão, foi repaginada em muitos sentidos. Sua gestão é uma das mais elogiadas. Sensação de dever cumprindo?

Minoru Kinpara – Sim, apesar de termos consciência de que não conseguimos fazer tudo. No entanto, são inegáveis os avanços que a Ufac teve durante a nossa gestão. Hoje, a Ufac é muito mais respeitada e dignificada. Fico feliz por ter dado a nossa contribuição e ter deixado um legado. Obviamente, que a Ufac de hoje é fruto do trabalho de muitas outras gestões ao longo desses mais de 53 anos. Não foi só resultado do trabalho da nossa gestão. Mas, sem dúvidas, deixamos a nossa contribuição.

 

A GAZETA – Considerações finais.

Minoru Kinpara – Agradeço, imensamente, a oportunidade de fazer esse bate-papo com você, Marcela. Coloco-me à disposição para outros diálogos que se fizerem necessários e espero que o eleitor do Acre possa me dar a honra e o privilégio de representá-lo no Senado. Peço a Deus que me conceda forças para não decepcionar e que Ele me ajude a honrar e dignificar todas as pessoas que me apoiarem nessa jornada em direção às mudanças que o Acre o Brasil precisam.

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