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É preciso intervenção, já!

Na década de 90, no filme Caçadores de Emoções, uma gangue de ladrões de bancos usava máscaras de ex-presidentes americanos durante os assaltos. Até que um agente especial se infiltra no grupo. Quem passou dos 40 anos, lembra do Johnny Utah. Um grupo de jovens, que “sabiam viver a vida!” Praias, festas, motos, carrões, drogas e muita grana!
Johnny Utah precisou aprender a surfar e saltar de pára-quedas para ganhar a confiança do grupo, lembro de uma máxima que permeia a trama: “Medo causa hesitação. Hesitação vai transformar seus piores medos em realidade”. Será essa a da oposição no Acre? A falta de um projeto os faz apostar no pânico e na falácia?
O que nos trouxe a esse cenário de assassinatos, roubos e banalização da violência? Será fruto de uma sociedade das desigualdades sociais, do “capitalismo selvagem” que aposta no consumo? Simples, erro da gestão pública?
Na busca de soluções, o Estado do Acre protagoniza sua história, oferecendo e formando mais de 100 mil alunos entre jovens e adultos, em cursos profissionalizantes, investiu mais de R$ 500 milhões em projetos na agricultura familiar, renovou mais 70% da frota de carros, além de inúmeros investimentos na infraestrutura e melhorias salariais das forças de segurança.
Agora o desafio é mobilizar cada vez mais a sociedade em torno dessa pauta: segurança pública é responsabilidade de todos, já diz a Constituição Federal. E unir jovens e adultos, priorizando maiores investimentos para educação, cultura, e esporte.
Como competir com as promessas de “vida fácil” e a ilusão do narcotráfico? Falam que jovens recebem R$ 1.000,00 por semana e o narcotráfico segue ampliando seus limites.
Com humildade, algo que não falta ao governador Tião Viana, ano passado ele convidou todos os governadores do Brasil e o presidente da República para o diálogo. Em um encontro histórico, buscaram respostas e pensaram ações coletivas. O presidente não veio, mas enviou seus ministros.
Viana não politizou o assunto, mas questionou: “como combater o poder incontrolável do narcotráfico na cooptação de pessoas inocentes, tendo governo federal negligenciando suas responsabilidades?”. Nossos jovens estão morrendo antes dos 29 anos de idade, essa é a realidade que os narcotraficantes omitem, com a ilusão da vida e dinheiro “fácil”. No Acre, o governo investe na educação, economia por meio de uma política de inclusão e fortalecimento dos órgãos de Segurança Pública, mas falta força para o combate às drogas e a repressão nas fronteiras, que fortalece as organizações criminosas e o tráfico movimenta o crime.
É preciso coragem para levantar e falar o que se quer, mas também é preciso ter humildade para sentar e ouvir: Até aqui, o governo do Estado vem com presença firme e forte, sem baixar a guarda, e os bravos policiais agindo no combate à criminalidade. Enquanto o governo federal, omisso, abandona as fronteiras e nem mesmo o recurso de emendas da bancada federal libera. Isso sim precisa de uma intervenção.

* Alexandre Nunes é jornalista.

Fabiano Azevedo: