A pré-candidata à Presidência da República pela Rede Sustentabilidade, Marina Silva, falou sobre a questão da Segurança Pública no Acre durante um encontro com a militância do partido, na manhã de ontem, 16, em Rio Branco. Ela declarou que o Governo Federal tem sido omisso e que é inviável para o Governo do Estado sozinho dar conta do problema gerado pelas fronteiras desprotegidas.
Durante a agenda política, Marina foi indagada sobre a violência no país atualmente. Ela comentou o que acreditar ser a origem do problema e apontou falhas sucessivas de governos federais que, ao decorrer do tempo, negligenciaram o Acre. “É uma área de fronteiras, não é apenas uma fronteira. Esse um problema que foi o descaso de sucessivos governos federais. O Governo Federal nunca quis nacionalizar o problema da Segurança Pública no Brasil. Nós deveríamos ter um Sistema Único de Segurança Pública no Brasil, que agora foi aprovado, mas que, infelizmente, ainda tem muito para ser implementado”.
A pré-candidata defendeu que não há como o Governo do Estado dar conta da Segurança Pública, ainda mais quando existem fronteiras com países, como é o caso do Acre. Ela reforçou a culpa do Governo Federal. “Os governos locais têm, sim, suas responsabilidades, mas seria injusto da nossa parte dizer que governos frágeis sozinhos têm condições de dar conta disso. Eu gosto de trabalhar com a verdade. Mesmo em estados onde porventura eu tenha um outro ponto de vista na política, eu sei que para resolver um problema dessa magnitude, só se tiver uma forte ação do Governo Federal, com Sistema Integrado de Segurança Pública, alocando mais recursos, melhorando a qualidade da gestão e, sobretudo, tecnologia, fortalecendo o trabalho nas fronteiras com a Polícia Federal, com o trabalho da Polícia Rodoviária, para que a gente possa ter resposta efetiva”.
Para Marina, é preciso investir mais em um plano nacional que integre as polícias, bem como trabalhar com inteligência e tecnologia. Além disso, destacou que, acima de tudo, a mudança só virá quando houver mais oportunidade para os jovens. “Nós temos que ter alternativas para a nossa juventude, porque nós estamos disputando os nossos jovens com o tráfico, tanto de drogas quanto de armas. É fundamental que a questão da segurança não seja só um caso de polícia. É também de justiça. De justiça econômica, de justiça social, de justiça cultural, de igualdade de oportunidade. Sem isso, nós vamos ficar enxugando gelo”.