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A questão do Acre no The New York Times (Parte 12)

Fabiano Azevedo por Fabiano Azevedo
20/08/2018 - 21:01
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As disputas entre o Brasil, a Bolívia e investidores Americanos e Europeus pelo controle do Acre foram noticiadas pelo prestigiosojornal “The New York Times”. Sendo tão antigas e publicadas em inglês, resolvemos selecionar algumas delas, traduzir e publica-las em uma série de artigos em ‘A Gazeta’. Para ajudar no entendimento do contexto histórico, textos explicativos são colocados entre colchetes.

 

BOLIVIA CULPA O BRASIL

Distúrbios no Acre resultam de manipulações promovidas pela maior república.

Contrato com companhia Americana para exploração de borracha é a causa das diferenças.

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WASHINGTON, 17 Janeiro 1903. –Acusações de que o Brasil tem fomentado sérios distúrbios no território boliviano do Acre foram feitas hoje pelo senhor Jorge B. Zalles, responsável de negócios da delegação boliviana nesta cidade. Ele explicou a controvérsia, que ameaça a paz entre os dois países: “Em fevereiro de 1902 o congresso da Bolívia aprovou um contrato realizadopelo diplomata boliviano baseado em Londres e representantes de um Sindicado Anglo-Americano” disse o Senhor Zalles, “permitindo a formação de uma companhia americana que deveria tomar o controle da administração fiscal do território do Acre, que compreende uma área aproximada de 90 mil milhas quadradas.[O diplomata boliviano se referia ao acordo firmado entre a Bolivia e o Bolivian Syndicate].

“Este território fica, para ser exato, nas cabeceiras do Amazonas, e entre dois dos principais tributários desse grande rio. É a mais rica zona produtora de borracha do planeta com exportações anuais de borracha excedendo 2 mil toneladas. É densamente povoado por uma população mista de brasileiros e bolivianos, que totalizam cerca de 20 mil pessoas”.[Esse “densamente povoado” é hoje irrelevante considerando que somosquase 800 mil habitantes].

“Por causa dessa situação peculiar, a borracha produzida no Acre não pode ser transportada através dos Andes para os portos do Pacífico, devendo ser enviada pelo rio Amazonas e exportada através de portos brasileiros no Pará e em Pernambuco. Os dois principais aflutentes do Amazonas que cortam o Acre são navegáveis por vapores o ano inteiro”.[Os rios que ele se referia eram o Juruá e Purus]

“De acordo com o tratado de 1867 a fronteira entre o Brasil e a Bolívia foi definida e subsequentemente examinada por uma comissão mista e ratificada por ambos os governos. Por esse acordo o território do Acre ou Aquiri foi considerado como de domínio da Bolívia”.[O Tratado de Ayacucho (1867) determinou que o Acre pertencia à Bolívia. Reclamações brasileiras posteriores resultaram em um pequeno deslocamento para o sul da linha Cunha Gomes. Depois o Brasil reconheceu o Acre como território boliviano].

“Quando o contrato com o Sindicato Anglo-Americano foi ratificado pelo nosso Congresso, a República do Brasil manifestou grande oposição a respeito dos objetivos desse Sindicato. Os representantes diplomáticos do Brasil em Londres, Berlin e Whashington foram aparentemente instruídos a dizer que o Acre fazia parte do território brasileiro.

O embaixador brasileiro em La Paz, agindo sob instruções de seu governo, demandou o cancelamento do contrato, ameaçando que se essa ação não fosse tomada, O Brasil fecharia os afluentes da Amazônia que davam acesso ao Acre, que fomentaria distúrbios naquela província e faria muitas outras coisas de caráter igualmente arbitrário e ofensivo. O Brasil, através de seus representantes, deu como razão para essa ação singular a afirmação de que o estabelecimento de uma empresa americana tão forte no meio da América do Sul seria um perigo para as repúblicas vizinhas.[Estratégia pensada pelo Barão do Rio Branco, na época embaixador na Alemanha.  Ele alertou investidores europeus sobre o risco de se associarem ao Bolivian Syndicate e “inventou” que a fronteira Brasil-Bolívia ainda não estava definida. Isso não era verdade. Quando assumiu a chancelaria brasileira em dezembro de 1902 – com o conflito militar no Acre no seu auge – manteve-se firme contra a cessão do Acre ao Bolivian Syndicate, apoiou veladamente os revoltosos no Acre, e demoveu a Bolívia da ideia mediante o pagamento de indenização aos investidores americanos e ingleses, e compensações financeiras e de infraestrutura para a Bolívia (ferrovia Madeira-Mamoré)].

“O governo boliviano está ansioso para levar investimentos que permitam a exploração dos recursos naturais existentes no Acre, algo que seria benéfico para todos.Mas o Brasil, cego para esses benefícios, quer se apropriar de todas as vantagens decorrentes da produção de borracha do Acre para si. Fato que é corroborado pelo envio de uma expedição desde a cidade de Manaus para lutar contra as tropas bolivianos estacionadas no Acre e pela cobrança de impostos extras sobre a borracha, descendo a Amazônia a partir do Acre.[Ele se referia à fracassada “Expedição dos Poetas”, enviada ao Acre no final de 1900, financiada pelo governo e empresários do Amazonas para expulsar militarmente os bolivianos de Puerto Alonso].

“Mais tarde o Brasil fechou o trânsito livre de navios no rio Amazonas de modo que nada pode ser enviado de ou para o Acre, medida contra a qual até mesmo os comerciantes brasileiros do Pará estão protestando. Estes últimos pediram ao governo que retirasse o embargo, mas o governo brasileiro ainda continua surdo e cego aos interesses de seu próprio povo.

“Singularmente, a cessão do Acre para uma companhia americana seria dez vezes mais benéfica para o Brasil do que para Bolívia, na medida em que a produção deverá sermanipulada por operários brasileiros, transportada por por navios brasileiros, por rios brasileiros e exportada através de portos brasileiros. Por que esse governo se opõe ao desenvolvimentodo Acre é uma questão para a qual um grande número de seus próprios cidadãos exige resposta”.[Todos sabem que a questão não era bem essa. O Brasil temia que depois de estabelecido no Acre, o Bolivian Syndicate, ao menor sinal de má vontade do Brasil para com qualquer de suas demandas, resolvesse pedir o “apoio” do governo americano alegando ameaça a interesse de capitais americanos. Essa prática, muito comum na época, se escorava na “Doutrina Moroe” segundo a qual os Estados Unidos tinham a América Latina como seu quintal, podendo intervir militarmente quando suas empresas ou interesses eram ameaçados. Durante o governo de  Theodore Roosevelt (1901 e 1909) ela ainda prevalecia].

O Brasil ofereceu à Bolívia todos os incentivos e até sugeriu a sua disponibilidade para pagar uma quantia considerável pelo cancelamento do contrato. Até agora, meu governo se recusou a cancelar o contrato. Como resultado, os brasileiros estão se levantando contra a situação e provocando uma séria revolução em andamento no Acre e impondo taxas adicionais à borracha do Acre ”.

 

Dados dos artigos originais: “Bolivia blames Brazil”, publicada pelo jornal The New York Times em 17 de janeiro de 1903.

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