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David Hall fala sobre processo eleitoral de 2018 e o que o motivou a disputar o governo do Estado

A equipe do Jornal A GAZETA conversou essa semana com o candidato ao governo do Acre pelo partido Avante, David Hall. Na oportunidade, ele falou um pouco sobre o processo eleitoral de 2018 e o que o motivou a querer disputar o pleito. Comentou também como pretende ajudar o estado, caso seja eleito governador.

Hall falou ainda sobre a receptividade da população à sua candidatura e frisou que o momento é de mudança. Segundo ele, já não há mais espaço para a velha política.

Confira a entrevista:

A GAZETA – O que te motivou a disputar o governo do Estado?

David Hall – Essa decisão não partiu de foro íntimo. Partiu da necessidade de discutirmos a situação política do nosso Estado, apontando verdadeiramente os problemas e, principalmente, buscando soluções. Sentimos a carência de uma candidatura que dialogue efetivamente com a sociedade e apresente um bom plano de governo com soluções plausíveis para resolver os nossos problemas. Nesse sentido a gente não consegue vislumbrar nenhuma renovação na política por parte das candidaturas que estão postas. O nosso desafio é renovar a política no Acre.

A GAZETA Você se sente preparado para fazer a gestão do Estado, caso ganhe a eleição?

DH – Acredito que sim. Tenho ao meu lado pessoas competentes e técnicos capacitados. Estou cercado de gente qualificada que poderá me auxiliar. Isso você pode visualizar ao verificar meu plano de governo. Ele já está pronto e foi elaborado por essa equipe a partir de conversas que tivemos com a população. Ao longo das gestões passados os nossos representantes nunca fizeram nada sozinhos, sempre tiveram o acompanhamento de suas equipes. Nesse sentido estou me cercando de pessoas que podem me auxiliar na condução do Estado.

A GAZETA – Fale um pouco sobre seu plano de governo.

DH – A espinha dorsal da nossa candidatura é a Economia. A Educação, Saúde, Segurança Pública são temas de extrema relevância, mas a Economia deve transitar em todas essas áreas. E propomos uma economia que esteja à luz do século XXI. Fazer aquilo que não foi feito que é inserir tecnologia nas cadeias produtivas. O Acre tem um potencial imensurável de uma riqueza, de uma biodiversidade e ela não está sendo bem aproveitada. Eu acredito que podemos produzir mais, em maior escala, em um espeço de tempo menor e utilizando menos espaços.

A GAZETA – Na última semana toda a diretoria do Avante foi destituída pelo diretório nacional. Noticiou-se um possível recuo em relação a tua candidatura ao governo. Existe a possibilidade de você desistir desse pleito?

DH – De forma nenhuma. A nacional até tentou nos remanejar para a disputa a Câmara Federal, porém, não foi uma decisão aceita por todos aqueles que apoiam essa candidatura ao governo. Ao longo de meses preparamos essa candidatura para apresentar a sociedade de fato uma terceira via. Com base em princípios, valores e ideais. Já iremos nos curvar aos desejos da nacional para satisfazer interesses escusos. Desse modo, iremos para uma disputa judicial se necessário for para manutenção da nossa candidatura.

A GAZETA – E como está o Avante na disputa ao parlamento estadual e federal?

DH – Temos três candidatos disputando a Câmara Federal, três candidatos disputando as vagas na Assembleia Legislativa e uma pessoa na disputa ao Senado, que é a professora Maria Peregrina.

A GAZETA – Como se governa em tempos de crise?

DH – Tenho a perspectiva de que a crise é constante. Ela está sempre presenta na política. Elas são reais, elas existem e se dão de maneira mais aguçada em determinadas áreas, mas estão sempre presentes. A questão é a forma como você lida com ela. Primeiro ela deve ser diagnosticada, buscar entender as causas que original aquela situação para, posteriormente, se discutir e apresentar uma solução.

A GAZETA – Diante do poderio econômico dos grandes partidos, como você tem conseguido manter a candidatura ao governo do Estado?

DH – Venho utilizando as redes sociais. Esta ferreamente tem sido fundamental que consigamos levar a sociedade nossa proposta de governar o Acre. Infelizmente, a lógica do poder ainda gira em torno do poderio econômico quando deveria ser as ideias, propostas, enfim. Somos contra essa lógica do poder, ela precisa ser repensada, refeita, e nossa candidatura se coloca para desarticular essa noção que imperou ao longo dos anos. Trabalhamos para que a política seja pensada sobre outra perspectiva.

A GAZETA – Como tem sido a receptividade do eleitorado com relação a tua candidatura e as tuas propostas de governo?

DH – Na medida em que as pessoas tomam conhecimento da nossa candidatura e daquilo que estamos nos propondo enquanto projeto, elas começam a nos ver com bons olhos, pois se identificam com aquilo que colocamos em pauta de debate. Nossa forma de fazer política é diferente da que está aí há muitos anos. Não perdemos tempo apontando os erros dos candidatos. Estamos focados em apresentar as nossas propostas e ver a participação da sociedade dentro de todo esse processo, diante da construção de um plano de governo. Acredito que é possível fazer uma nova política. É fácil a gente apontar o dedo e dizer que as coisas estão ruins. Precisamos mostrar o nosso pertencimento, ir à luta e enfrentar essas estruturas que estão dominando o Estado do Acre há anos. A gente não consegue vislumbrar nenhuma perspectiva de mudança com a continuação do projeto da FPA e nem o da oposição, que não consegue apresentar um projeto com um conteúdo denso e profundo que dialogue com os anseios da sociedade. Nós queremos discutir as propostas no mérito.

A GAZETA – Evidentemente que o senhor não está entrando numa eleição para perder. E deve desejar em ir para o segundo turno. Mas caso não vá, qual seria a sua tendência e do seu partido, apoiar as candidaturas da oposição ou continuísmo da FPA?

DH – Olha esse diálogo ainda não estamos fazendo dentro do Avante. Estamos apenas focados na nossa disputa ao governo do Acre. Vamos deixar para discutir o segundo turno só no segundo turno.

A GAZETA – Considerações finais.

DH – Agradeço, imensamente, a oportunidade desse bate-papo. Coloco-me à disposição para outros diálogos que se fizerem necessários e espero que o eleitor do Acre possa me dar a honra e o privilégio de representá-lo como governador. Estamos na luta, não vamos recuar e peço o apoio de nossos acreanos. É hora de implementar nesse Estado uma boa política. Já não há mais lugar para a velho política.

A Gazeta do Acre: