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A pergunta que se faz

Depois de um encontro recente com juízes e desembargadores em Cruzeiro do Sul, a presidente do Conselho Nacional de Justiça e do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia, declarou que voltou a Brasília “profundamente impactada” com a violência e a criminalidade que viu naquela região e que lhe foi relatada pelos participantes.
Na verdade, quem está “impactada” e revoltada com essa situação são as autoridades do Estado e a população que vem sofrendo as consequências dos índices de criminalidade que aumentaram vertiginosamente no Acre e por extensão em outros estados da Amazônia com a chegada das facções criminosas que encontraram a fronteira aberta com os países vizinhos tidos como os maiores produtores e exportadores de drogas.
Do alto de sua cátedra, devidamente protegida e agora ainda melhor remunerada por um novo aumento de seus vencimentos, com certeza a magistrada não sabia dessa realidade, apesar das inúmeras advertências que os governadores da região vêm fazendo seguidamente. Como o governador Tião Viana que ontem voltou a advertir que, se o Governo Federal não cumprir com sua obrigação de vigiar a fronteira, a Amazônia se transformará numa “Colômbia dos anos 80”.
Agora “profundamente impactada”, a pergunta que se faz é o que a ministra e seus colegas de toga fizeram ou irão fazer para ajudar a resolver essa grave questão? Ou estancar “o banho de sangue”, como afirmou um desembargador presente no referido encontro em Cruzeiro do Sul?

Fabiano Azevedo: