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Propaganda política divide opinião entre eleitores no Acre

Poucas pessoas demonstram interesse em acompanhar o horário eleitoral que começa nesta sexta, 31

A propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão começa nesta sexta-feira, 31, e se estende até quatro de outubro. Ao todo, serão 35 dias de propaganda política.

Nos dias de terça, quinta e sábado as campanhas serão para presidente e deputado federal. Segundas, quartas e sextas serão reservadas as propagandas para governador, senador e deputado estadual.

Na TV, os programas políticos serão exibidos das 13h às 13h25 e das 20h às 20h55. Já no rádio, os horários serão das 7h às 7h25 e das 12h às 12h25.

Apesar de o início da propaganda eleitoral gerar expectativas nos candidatos, os eleitores demostram pouco interesse em acompanhar os programas eleitorais seja por pessimismo ou descrédito com a classe política. É o que mostra uma pesquisa divulgada pelo Ibope no começo deste mês.

O levantamento mostra que 38% dos entrevistados afirmam que não têm “nenhum interesse” nas eleições e outros 23% “têm pouco interesse”. Entre os motivos da falta de interesse estão o pessimismo devido a fatores como corrupção, perda de confiança no governo e candidatos.

Ainda de acordo com a pesquisa, grande parte da população associa a corrupção a todos os políticos – 39% dos entrevistados afirmaram que “todos os candidatos são corruptos, então não faz diferença em quem eu voto”.

Diante dos fatos, a reportagem do A GAZETA foi às ruas saber o que o eleitor rio-branquense pensa sobre as eleições e propaganda eleitoral.

Para a funcionária pública Lea Santana, 35 anos, a propaganda política é um divisor de águas que influencia, sobretudo, os indecisos. “Você pode até ter um candidato, uma opinião formada sobre tudo, mas vem à propaganda e te faz ver alguns pontos que antes não havia percebido”.

Mesmo com opinião formada sobre o horário político, Santana não acompanha os programas eleitorais por não ter costume de assistir televisão. “Costumo fazer uma busca minuciosa sobre a conduta, o currículo e as propostas dos candidatos que chamam mais minha atenção de alguma maneira. Até o momento nenhum candidato tem meu voto. Tenho os candidatos que não votaria de jeito nenhum. Como não sou adepta a anulação de voto, minha escolha será pelo critério de exclusão, infelizmente”.

Já o advogado Márcio Costa acredita que a propaganda eleitoral é uma oportunidade para o candidato alcançar um público maior. Contudo, assim como Lea, não acompanha a propaganda política.

“Venho de um acompanhamento a longo prazo de nomes com propostas que acho viáveis e não deixo para escolher os cargos majoritários de última hora. Existe muita informação disponível para ajudar na escolha do voto, mas confesso que para deputados ainda persiste a dúvida. Estou certo  em optar  por um nome novo, que esteja mais atento a questões sociais e não apenas em fazer base eleitoral  para próxima campanha”, relatou.

Ao contrário dos outros entrevistados, o professor Francisco Passos, 27 anos, sempre assiste ao horário eleitoral. “Acho essencial para que se possa conhecer melhor não só as propostas e defesa delas, mas para entender a segurança que o candidato passa ao falar delas. Aliás, estou esperando a propaganda para entender melhor sobre os candidatos que estou em dúvida”.

O interprete de libras John Kenede Batista Lima, 22 anos, afirma que não confia em propagandas eleitorais por que os candidatos não passam credibilidade ao público. “Acredito que são muito automáticas, textos decorados. Eles [candidatos] falam o que o povo quer ouvir, é como se fizessem cocegas no ouvido. Prefiro me basear em momentos espontâneos, entrevistas, debates e afins”.

Este ano será a primeira vez que John vai escolher todos os candidatos em que vai votar. “Devido aos acontecimentos econômicos recentes tenho prestado mais atenção na política. Essa vai ser a primeira vez que vou votar em alguém, anteriormente eu votava nulo”.

Lea Santana, 35 anos
Francisco Passos, 27 anos
John Kenede Batista Lima, 22 anos

 

 

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