A falta de avanço nas negociações motivaram a convocação de uma assembleia dos trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos do Acre (Sintect/AC) para a deflagração de greve, que deve acontecer nesta terça-feira, 14. As negociações sindicais tentam evitar demissões, além da nova forma de entrega determinada pela direção da empresa, que amplia a demora para o recebimento de correspondências.
A presidente do Sintect/AC, Suzy Cristiny, afirma que os dirigentes da empresa ainda passaram a cobrar dos trabalhadores a assistência médica, que vem consumindo até 40% dos salários daqueles que recebem pouco mais de um salário mínimo.
“Há meses estamos buscando uma negociação, tentando evitar prejuízos para o trabalhador e para a população. Os diretores da empresa querem que o carteiro passe na sua rua a cada três dias, acabando com a entrega diária, prejudicando os moradores e aumentando a carga de trabalho que vai se acumulando”, afirmou a sindicalista.
Caso os trabalhadores decidam pela greve, será mantido o mínimo de pessoal previsto em lei para atender a população.
“Não queremos entrar em greve, porque sabemos dos problemas, mas, se não houver alguma manifestação, a população ficará sem o serviço em breve pelo consequente caos nas entregas provocado por incompetentes que administram a empresa”, destacou Suzy Cristiny.
Ela também denunciou a respeito de uma política de fechamento de agências, o que também prejudicará a população que depende dos serviços de envio de correspondências.
“A empresa é pública, portanto, tem uma responsabilidade social com a população. Temos muitas famílias que sacam dinheiro nas agências, que solicitam CPF e enviam correspondências. Se houver o fechamento, existirá o aumento de filas e a dificuldade de chegar até a agência dos Correios mais próxima”, alertou.
Trabalhadores doentes
De acordo com Suzy Cristiny, todos os anos vários carteiros são obrigados a procurar o médico por doenças relacionadas à exposição ao sol ou a acidentes. Os atendentes também procuram tratamento de saúde pelo esforço repetitivo que causa lesão nas mãos. Todos os problemas relacionados com as funções, agora, estão sendo cobrados pelos trabalhadores.
“O funcionário já ganha pouco. Ninguém quer ser carteiro porque sofre com o sol, com a chuva, com a violência, com acidentes. E a estatal manda descontar do salário o pagamento dos serviços de saúde que deveriam ser custeados pelo patrão”, acusou a presidente da entidade. (Com informações assessoria)