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Venda da Eletrobras Acre pode aumentar a conta de luz e de água, diz sindicalista

A Eletrobras Distribuição Acre vai a leilão nesta quinta-feira, 30. Segundo avaliação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a empresa está avaliada em R$ 967 milhões, porém, possui dívidas que somam mais de R$ 1 bilhão.

Além da distribuidora do Acre, outras três empresas irão a leilão, são elas: Centrais Elétricas de Rondônia (Ceron), Boa Vista Energia, distribuidora de energia em Roraima, e Amazonas Distribuidora de Energia (Amazonas Energia). Ao todo, as distribuidoras abrangem uma área de 2,4 milhões de quilômetros quadrados, correspondente a 29% do território nacional, onde vivem 13 milhões de pessoas.

Pelo cronograma, após o leilão, o novo contrato de concessão deverá ser assinado entre os dias 31 de outubro e 5 de dezembro.

 Consequências da privatização

Segundo o secretário-geral do Sindicato dos Urbanitários do Acre, Marcelo Jucá, a venda da empresa afetará principalmente os funcionários terceirizados. Estima-se que mais de mil profissionais sejam demitidos.

Outra preocupação é a precariedade nos serviços de distribuição de energia, além do aumento nas tarifas e o fim de programas socais, como o ‘Luz Para Todos’, no Acre.

Jucá afirma ainda que a desestatização da distribuidora pode gerar aumento nas contas de água, já que as distribuidoras de água e tratamento de esgoto são uma das maiores consumidoras de energia no estado. “O aumento da conta de energia afeta a distribuição de água e tratamento de esgoto”.

O sindicalista utiliza como exemplo de privatização malsucedida a concessionária de energia Celpa, no Pará, que desde 1990 pertence à iniciativa privada. “Lá os moradores da zona rural padecem até hoje com a falta de energia. O Ministério Público entrou com ações para tentar garantir o que a empresa não conseguiu fazer”.

Paralisação de 72 horas

Pensando em protestar contra o leilão da estatal, os servidores das Distribuidoras de Energia da Eletrobras no Acre, Amazonas, Piauí, Rondônia, Roraima e Alagoas paralisam as atividades por 72 horas a partir desta terça-feira, 28. O protesto segue até o dia 30.

De acordo com o sindicalista, o intuito é sensibilizar a classe política e a população em geral contra a venda da estatal. Apesar da suspensão temporária dos serviços, 30% do efetivo será mantido para garantir os serviços emergenciais.

“Nosso foco é adiar a discussão da venda para 2019 por que teríamos condições de fazer debates, que não houve com a população. A audiência publica que teve em Rio Branco foi uma confusão. Não mostraram o que, de fato, mudaria com a privatização”.

A reportagem tentou falar com diretor-presidente da Eletrobras Acre, Ricardo Xavier, sobre o leilão, mas foi informada pela assessoria de comunicação que apenas o BNDES pode falar sobre o assunto.

 

 

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