Participante de programa em quadro de perguntas e respostas dá testemunho firme como Ministra da Comunhão. Durante o quadro “Quem quer ser um milionário?”, do programa televisivo de Luciano Huck, o apresentador perguntou à participante Ângela Camargo:
“A senhora é religiosa?”
A resposta foi simples e aberta: “Muito!”
Solicitada a “definir esse ‘muito’”, Ângela falou da sua fé católica, disse que participa de um grupo de oração, contou que é Ministra Extraordinária da Sagrada Comunhão e foi interrompida por uma inconveniente “conclusão” do apresentador:
“É carola mesmo, então?”
Foi quando Ângela respondeu com firmeza:
“Não, não sou carola! Eu sou cristã católica e sigo aquilo que a doutrina fala!”
Luciano Huck perguntou em seguida o que faz um “Ministro da Eucaristia”.
Na realidade, esse termo é aplicado em sentido próprio somente ao sacerdote, pois só ele pode consagrar a Eucaristia. Os leigos católicos têm a possibilidade de ser ministros extraordinários: com a devida preparação, formação e autorização, eles podem distribuir a comunhão, mas, obviamente, não podem consagrar a Eucaristia. Por isso, em referência aos ministros leigos, tem-se considerado mais acurado dizer “ministros da Comunhão” em vez de “ministros da Eucaristia”. Compreende-se, no entanto, que não era necessariamente o caso de entrar nesse detalhamento no contexto daquele programa televisivo.
Ângela explicou sobre o ministério, falou das suas visitas quinzenais aos doentes, testemunhou as ações solidárias da Pastoral da Saúde em sua paróquia.
O apresentador, ao final, encerrou o tema parabenizando-a pela doação de tempo e de amor.
Em cima deste pequeno fato, quero abordar um pouco da importância do Leigo Católico, já que estamos no Ano do Laicato. Todos os leigos batizados não apenas estão na Igreja, mas são Igreja, são parte do corpo que tem Cristo por cabeça, assim como os clérigos. Como tais, estão também chamados a ser discípulos missionários, participantes da missão da Igreja de anunciar o Evangelho a todas as nações. E para isso eles precisam experimentar renovadamente que o seu encontro com Jesus é verdadeiro, a fim de anunciá-lo em primeira pessoa. Isso acontece por meio de uma vida de oração intensa, onde se saboreia a mensagem de Jesus e se experimenta a sua graça sempre presente. O leigo que não reza, não se confessa, não comunga, não lê e não medita a Palavra de Deus, não tem perseverança na missão, e como acontece com muitos sacerdotes também, acaba sendo afastado dela.
Falar na figura do leigo na Igreja, não podemos esquecer dos irmãos e irmãs da Ordem Franciscana Secular – OFS, pois é a mais antiga forma de organização de leigos que, guiados pela Igreja, unidos em fraternidade e inspirando-se no ideal de São Francisco de Assis, se empenham em testemunhar com a vida o Evangelho de Jesus Cristo e se dedicam ao apostolado em estado laical. Foi aprovada sua regra pela Igreja em 1221, no Pontificado do Papa Honório III (Cardeal Ugulino amigo pessoal de S. Francisco). São considerados os primeiros seculares franciscanos o casal Luquésio e Buonadana que segundo a tradição foram aceitos diretamente por São Francisco. Os Patronos da Ordem Franciscana Secular são nada menos que uma rainha e um rei, que se fizeram pobres por amor a Cristo seguindo os passos de São Francisco: Santa Isabel de Hungria e São Luiz IX, rei de França! No mundo, segundo a Revista Paz e Bem, edição de Julho/Agosto de 2018, são aproximadamente 330 mil Franciscanos Seculares, espalhados por 112 países. E aqui em Rio Branco, há um Núcleo em Formação da Fraternidade da Ordem Franciscana Secular – OFS, sendo o primeiro Admitido oficialmente na OFS e que serão professos (aquele que professa ou professou uma ordem religiosa) para o próximo ano.
Com isso, o Leigo Franciscano é um cristão que sente o apelo de seguir Nosso Senhor Jesus Cristo, à maneira de Francisco de Assis, porque descobre uma cumplicidade espiritual e modo de vida de Francisco. É um cristão que sente um chamamento do Espirito para viver hoje o carisma franciscano necessário à vida da Igreja e do mundo. É um cristão que deseja fazer o aprendizado da vida fraterna com irmãos e irmãs, sacerdotes, religiosos, leigos casados ou celibatários em reciprocidade vital.
Mais do que nunca, a Igreja precisa dos leigos no campo de batalha do mundo, pois, hoje, ela é magoada, ofendida, perseguida e tida por muitos como a culpada de todos os males. Escândalos e blasfêmias se repetem a cada dia. Uma escala de valores pagã tenta insistentemente substituir a civilização cristã por uma cultura de morte (aborto, eutanásia, destruição de embriões, contracepção e outras práticas condenadas por Deus); e Deus vai sendo eliminado na sociedade como se fosse um mal, e a religião católica vai sendo atacada por um laicismo agressivo anticristão.
É hora de saber quem é verdadeiramente cristão, quem ama a Deus de verdade, a Jesus Cristo e a Sua Igreja. Viva os leigos e leigas na Igreja e na sociedade.
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* Frei Paulo Roberto Gomes é da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos – OFM Cap.
Pároco da Paróquia de Bom Jesus do Abunã em Plácido de Castro – Acre.
Assistente Espiritual do Núcleo em Formação da Fraternidade da Ordem Franciscana Secular – OFS, que se reúnem todo 3º Domingo do mês na Paróquia Santa Inês, em Rio Branco, às 07:00 horas.