Culturalmente, o feriado de sete de setembro é marcado pelo registro de muitos incêndios florestais. Para evitar isso nessa data e nos próximos 15 dias, o Governo do Estado deu início à Operação Sete de Setembro Floresta Viva para envolver os órgãos de controle, fiscalização, comando e educação ambiental para atuação efetiva de prevenção e combate ao desmatamento ilegal e às queimadas.
A situação é preocupante. Durante o período de verão amazônico, de poucas chuvas, a temperatura é elevada e deixa a umidade do ar mais baixa. Dessa forma, a vegetação se torna mais vulnerável à propagação de queimadas e, de acordo com a Defesa Civil do estado, o risco de fogo oscila de alto a crítico nesse período.
Por exemplo, Rio Branco, nesta terça-feira, 4, às 14h, registrou a mais baixa umidade relativa do ar entre todas as 27 capitais brasileiras, com apenas 14%, conforme a estação meteorológica do aeroporto da cidade, informou o pesquisador meteorológico Davi Friale.
O recorde anterior de 2018, em Rio Branco, foi 23%, registrado no último dia 27 de agosto. Com isso, a cidade entrou em estado de alerta para a saúde humana, pois ficou situada entre 12 e 20% de umidade relativa do ar. O declínio acentuado da umidade do ar é consequência da mais intensa onda polar do ano que penetrou na região.
Ainda de acordo com Friale, a partir desta quarta-feira, até por volta do próximo domingo, a umidade relativa do ar, em Rio Branco poderá atingir valores abaixo de 12%, o que caracteriza estado de emergência para a saúde da população.
Diante dessas circunstâncias, a vegetação se torna mais vulnerável à propagação de queimadas, que ocasionam uma série de efeitos negativos, apontou o gestor da Secretaria de Meio Ambiente do Estado, Edegard de Deus.
“Além de empobrecer o solo, matando plantas e animais, as queimadas também afetam a saúde, principalmente das crianças e idosos, que sofrem com problemas respiratórios. Estamos com um déficit hídrico. Por essa razão estamos intensificando as ações para evitar situações ocorridas em 2005 e 2010, quando as queimadas se alastraram para dentro de nossas florestas”, ressaltou o gestor.
A diretora técnica do Instituto de Mudanças Climáticas (IMC), Vera Reis, aponta que essa situação tende a perdurar. “Observamos que o mês de junho foi o mês mais quente do planeta, enquanto em agosto houve chuvas acima da média, o que de certa forma foi muito bom, porque amenizou a condição da fumaça na atmosfera. No entanto, há a possibilidade de acoplamento do El Niño e nós sabemos o que significa o aquecimento das águas do oceano para a nossa região”, destacou.
Confira as instituições parceiras na ação: Casa Civil, Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema), Instituto do Meio Ambiente do Acre (Imac), Instituto de Mudanças Climáticas (IMC), Secretaria de Planejamento (Seplan), Secretaria de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof), Secretaria de Agropecuária do Acre (Seap), Secretaria de Comunicação do Acre (Secom), Secretaria de Segurança Pública (Sesp), Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil (Cepdec), Batalhão de Policiamento Ambiental (BPA), Corpo de Bombeiros do Acre (CBM/AC), Procuradoria Geral do Estado (PGE), Secretaria de Educação e Esporte (SEE), Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre), Instituto de Terras do Acre (Iteracre), Centro de Desenvolvimento Sustentável do Acre (CDSA), Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semeia), Comdec, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), Departamento Estadual de Pavimentação e Saneamento (Depasa), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).