Nesses dias cada vez mais tecnológicos percebemos o quanto nosso comportamento mudou. As pessoas se transformaram em máquinas de trabalho. Antes, um telefone fixo bastava. Hoje é preciso possuir dois celulares, tabletes e notebooks. É melhor ver o pôr do sol através de fotografia digitalizada, de uma cadeira num ambiente refrigerado, do que ao vivo.
Me assusta a maneira como o ser humano está vendo e vivendo a vida. Os equipamentos tecnológicos não são mais um artigo de luxo ou acessórios para executar um trabalho. Hoje, eles são quase partes do corpo humano.
Antes, ler um livro ou assistir televisão eram atividades suficientes antes de dormir. Hoje, faz parte da rotina conferir a última atualização do Facebook ou do Instagram do amigo, do ídolo ou do desafeto, nunca se sabe.
“As pessoas nunca tiveram tão solitárias como hoje”
As refeições com a família ou com encontro com amigos estão diferentes, há mais conversas virtuais que ao vivo. As redes sociais deveriam ser mais uma forma de interação, mas hoje parece exclusiva.
As pessoas nunca tiveram tão solitárias como hoje. O mundo só desaba quando a wifi fica fora do ar ou quando a operadora envia a temida mensagem de texto “Você usou 100% da sua internet e a navegação foi interrompida”.
Gente, nós precisamos desacelerar! Quantos milagres você deixou de ver hoje, porque estava procurando o par perfeito no Tinder?
Pense bem! O trabalho pode esperar. As pessoas podem esperar. Após algumas experiências de vida, percebi que não vale à pena se sacrificar tanto pelo trabalho ou pelas pessoas erradas, se, quando você morrer, não vão dar sua foto super comentada ou das atualizações constantes no Face.
* Bruna Lopes é jornalista