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Acreana ganha novo fígado com apenas 2 dias na fila de transplante

As cirurgias de transplantes costumam demorar meses, talvez até anos no país. Mas, para uma paciente renal no Acre, levou apenas dois dias. A fila de transplantes, graças à solidariedade da doação de órgãos, tanto pela compatibilidade quanto pelo trabalho que vem sendo desenvolvido pela Central de Transplantes, está trazendo um recomeço de vida para muitos acreanos, em um curto espaço de tempo.

Em se tratando de transplantes, as equipes se dispõem a tudo para salvar uma vida. O procedimento de alta complexidade, a mais fascinante e complexa cirurgia que o homem é capaz de exercer, que, dependendo do caso, pode levar de 4 a 10 horas para ser concluída, tem início muito antes de o paciente ser conduzido ao centro cirúrgico.

Em uma espécie de corrente do bem, as equipes que compõem a Central de Transplantes não dormem quando surge uma possibilidade de um órgão compatível, mesmo que ele esteja a quilômetros de distância.

Assim foi o fim de semana no Hospital das Clínicas, em Rio Branco, quando houve a sinalização de uma doação de fígado na cidade de Cacoal (RO) compatível com o perfil de uma paciente acreana que tinha sido inscrita no programa de transplantes apenas dois dias antes.

O transplante de fígado, décimo do ano, realizado neste domingo, 16, foi conduzido do começo ao fim pelo médico hepático Tércio Genzini. Com o procedimento, o Acre alcança a marca de 40 transplantes de fígado realizados desde 2014, sendo o único da Região Norte a realizar esse tipo de procedimento.

A receptora do fígado, Kelciane Falcão de Oliveira, é acreana de Sena Madureira, tem 40 anos, e estava inscrita na Central de Transplantes desde o último dia 15, ou seja, apenas dois dias antes de ganhar um novo órgão.

O fígado foi trazido de Rondônia pela Força Aérea Brasileira (FAB), que antes veio ao Acre buscar o doutor Tércio e sua equipe para realizar a captação do órgão, doado pelos familiares de um jovem de 16 anos vítima de traumatismo crânio encefálico (TCE).

De acordo com a coordenadora da Central de Transplantes do Acre, Regiane Ferrari, o órgão foi disponibilizado para o Acre porque o procedimento não é realizado em Rondônia. O transplante de fígado foi um sucesso e a acreana se recupera bem.

Ao todo, o Acre já promoveu mais de 600 transplantes. Desses, pouco mais de 300 foram efetivados via Tratamento Fora de Domicílio (TFD). Os outros procedimentos, transplantes de fígado, rim e córneas, foram realizados no Hospital das Clínicas a partir da criação da Central Estadual de Transplantes.

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