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Colégio Meta completa 40 anos de fundação

Itamar Zanin e Evaristo de Luca, empresários fundadores do colégio Meta(FOTO/ARQUIVO PESSOAL)

É possível sentir o espírito familiar logo no portão de entrada do Colégio Meta onde alunos, funcionários e professores se cumprimentam com um carinho especial. Entre um corredor e outro nota-se que todas as pessoas se conhecem, como se fosse uma grande família. E é exatamente assim que profissionais, alunos e ex-alunos, veem a instituição de ensino fundada pelos empresários Itamar Zanin e Evaristo de Luca, em 1978.

Quem mora em Rio Branco há muito tempo certamente conhece alguém que estudou ou estuda no Meta. A instituição é conhecida pela excelência e comprometimento com a educação, além de ser pioneira em grandes eventos educacionais como Feira de Ciências, Feira de Poesias, maratona de corrida (Marameta), show de talentos, entre outro.

O Meta também foi à primeira instituição de ensino privada que implantou o ensino médio na capital acreana. Centenas de pais passavam dias numa fila para conseguir uma vaga para os filhos. “Nos primeiros anos para se matricular no colégio havia filas durante dias”, conta Evaristo.

Todos os anos vários estudantes do colégio são aprovados em cursos de universidades federais, inclusive em Medicina, o curso mais disputado nas instituições. Somente este ano, 110 alunos foram aprovados na Universidade Federal do Acre (Ufac).

Mas qual seria o segredo para quatro décadas de sucesso? A resposta é simples: comprometimento e amizade.

“Procuramos ter uma qualidade de ensino dentro do espírito de camaradagem com os alunos, criando esse ambiente. Sempre digo que muitas vezes tem aluno que não gosta de estudar, mas gosta de estar aqui. Como é que se cria essa questão? A gente cria essa amizade entre direção, alunos e cria esse espírito. Temos famílias que passaram três gerações aqui no Meta”.

Diversos nomes conhecidos na política acreana estudaram na instituição como os deputados federais Alan Rick, Leo de Brito, Major Rocha, e o deputado estadual Daniel Zen. A atual reitora da Ufac Guida Aquino, e o vice-reitor Josimar Batista, também são ex-alunos da instituição. A candidata a presidência do Brasil, Marina Silva, já lecionou no Meta.

Professor Evaristo de Lucca

Família Meta

O convívio entre profissionais e alunos ultrapassam os limites físicos da instituição. Prova disto é o elo de amizade criado entre os estudantes. Em 2016, por exemplo, alunos da turma de 1996 se reuniram para comemorar 20 anos de formatura. Ao todo, mais de 50 ex-alunos participaram do baile.

Engana-se quem acha que os amigos se reúnem apenas casualmente. É o que conta a ex-aluna Nayra Guedes. “Hoje, eu tenho uma família extremamente unida, presente, mas na maioria das vezes eu estou muito mais com os amigos do Meta do que com minha família. Nós, somos de fato, uma família paralela. Somos padrinhos uns dos outros. Se tem duas coisas na minha vida, paralelo a maternidade, que eu me orgulho é de ser professora e de ter esses amigos que são pessoas incríveis”, disse emocionada.

Guedes recorda como foi difícil para seus pais conseguirem uma vaga no colégio em 1994. Hoje, sua filha Valentina Colombo, de 8 anos, também estuda na escola. “Naquele tempo, na década de 90, só entrava no Meta quem ficasse na fila dormindo dias e dias. Embora fosse uma escola particular, era uma escola conceituada com pouquíssimas vagas”.

Na época, estudar no Meta criava uma outra identidade dos alunos perante a sociedade. “Costumamos dizer ‘ a Nayra do Meta’. Nós tínhamos uma identidade ligada a escola, éramos pessoas reconhecidas pela escola”.

O sentimento de estar em família permanece até hoje entre os estudantes do Meta. Os alunos do terceiro ano Arthur Antunes, 16 anos, e Mariana Menezes, 17 anos, estudam no colégio desde 2007. E apesar de não estudarem na mesma sala de aula, os dois construíram uma amizade ao longo desses anos.

“É muito real essa coisa de família. Como a gente estuda aqui há muito tempo nós conhecemos praticamente todo mundo. Os professores são ótimos profissionais e ótimos amigos também. Eu me sinto muito acolhida aqui no Meta. Amadureci muito”, relata Mariana.

Já Arthur, como a maioria dos alunos, também tem familiares que estudaram no colégio. “Eu me sinto privilegiado por que acho que o Meta é um colégio que nunca para, que sempre tem coisas novas. Nós passamos muito tempo aqui e convivemos com todos, professores, funcionários. É muito real esse negócio da família”.

Em clima de despedida, a jovem fala da bagagem de aprendizados que vai levar da escola para a vida. “Vou levar daqui o respeito pelas pessoas por que foi o que eu aprendi com os professores e amor pelo Meta. Daqui a 20 anos eu vou amar o Meta do mesmo jeito”.

Nayra Guedes e a filha Valentina (Foto/A Gazeta)

De estudante a profissional do Meta

Os casos de ex-alunos que viraram funcionários, professores, orientadores e coordenadores do Meta são inúmeros. Difícil entrar em uma sala onde não há ex-alunos para contar histórias vividas na instituição.

A funcionária Mônica Maria Borges estudou no Meta entre 1986 e 1988. Em 1990 foi contratada e até hoje trabalha no administrativo da instituição. Assim como diversos alunos, ela precisou trabalhar para conseguir pagar a mensalidade do colégio – uma oportunidade dada pelos fundadores para manter os alunos que não tinham condições de pagar.

“Era difícil de entrar no Meta e meus pais não tinham condições financeiras. Uma amiga dos meus pais convenceu minha mãe e eu comecei a estudar no ensino médio. Só que no primeiro ano eu comecei a passar por dificuldades, meu pai não tinha mais condições de pagar. Foi aí que o professor Itamar passou na minha sala e perguntou quem tinha interesse em descobrir uma nova profissão. Quando ele falou que abriu uma oportunidade para alunos que tinham o interesse de trabalhar e estudar eu me candidatei. Estudava de manhã e trabalhava pela tarde, dava pra conciliar. Eu tinha o apoio da direção e dos professores, que me ajudavam nas pequenas dificuldades como tempo de trabalho e de prova”.

Mônica vê o Meta como uma família do mesmo modo que os demais profissionais, alunos e ex-alunos. Esse parece ser um sentimento unânime dentro da instituição.

“Até hoje nós, alunos antigos, temos o hábito de confundir a escola com a casa. Nós moramos aqui, minha casa é aqui. Eu passo um tempo em casa, durmo em casa, mas minha família está aqui. A maioria das pessoas com quem trabalhei se tornaram irmãos, colegas, que são mais chegados do que a própria família”.

A atual diretora do Bloco B, Lídia Maria Calvante, também é ex-aluna do Meta. Ela estudou de 1984 a 1987, e em 1994 foi contratada como orientadora educacional. Natural de Feijó, Lídia conta como é trabalhar em uma instituição que a preparou para o mercado de trabalho.

“Dá um conforto profissional e emocional muito grande. Na verdade nós estamos aqui mais tempo do que com a nossa família, nós convivemos mais com nossos colegas de trabalho do que na nossa casa. Criam-se laços muito fortes, elos muito fortes. Eu acredito muito na educação com esse elo, não aprendemos sem afeto. Não aprendemos sem gostar de quem ensina. Acredito que essa relação que tem forte aqui no Meta, entre os professores, educadores e funcionários em geral, motiva muito pra que a gente faça com mais amor, com mais qualidade”.

Mônica Maria Borges (FOTO/A GAZETA)
Foto/Arquivo da escola
Foto/Cedida

 

 

 

 

 

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