A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira, 13, a Operação Hefesto, que desarticulou grupo criminoso acusado de fraudar contratos públicos na Assembleia Legislativa do Estado do Acre (Aleac).
Segundo a PF, os envolvidos teriam tentado subornar servidores da Justiça do Trabalho para encobrir o esquema. Ao todo, foram cumpridos 24 mandados, sendo sete de prisão e 17 de busca e apreensão nas cidades de Rio Branco, Xapuri e Sena Madureira.
A ação teve apoio da Justiça Federal, Justiça do Trabalho e Polícia Federal. Todos os presos foram encaminhados para a sede da PF, onde prestaram esclarecimentos sobre as acusações.
De acordo com o delegado responsável pelas investigações, Vitor Negraes, a operação investiga corrupção e desvio de recursos públicos.
“A Justiça do Trabalho, em demanda de processo trabalhista, verificou que haviam fraudes relacionados a órgãos públicos e noticiou que iria notificar os órgãos competentes. Em razão disso, o grupo tentou evitar que esses ofícios fossem enviados para os órgãos, tentando aliciar os servidores, e a partir daí se desenrolou as investigações.”
Apesar de não divulgar os nomes dos envolvidos, a polícia afirmou que não há servidores públicos ou parlamentares envolvidos. Ainda segundo a PF, a Aleac teria sido vítima do grupo criminoso.
“A fraude consistia na apresentação de notas fiscais frias ou superfaturadas e, a partir dessa apresentação, se desviava o dinheiro. Os fatos estão sendo apurados e estão relacionados a contratos que somados podem chegar a R$ 17 milhões, mas isso não significa que teve esse total desviado”, explicou o delegado.
Em nota, o presidente da Mesa Diretora da Aleac, o deputado Ney Amorim, afirmou que foi comunicado, por meio de ofício da Justiça Federal, assinado pelo juiz federal Herley da Luz Brasil, sobre o fato de não existir nenhum parlamentar envolvido com supostos esquemas fraudulentos apurados na Operação Hefesto.
Em resposta, o presidente da Assembleia respondeu: “Tranquiliza-nos saber, conforme expressamente consignado no Ofício e nas manifestações da Superintendência da Polícia Federal, que não foi constatado nenhum envolvimento de qualquer dos Deputados que compõem esta Casa, fato que só corrobora minha certeza quanto a honra e seriedade com que se portam todos os Deputados Estaduais que servem nosso povo nesta legislatura, homens e mulheres que honram o Parlamento Acreano”, afirmou Ney Amorim, em um trecho da nota.
Ainda no início da tarde, o presidente da Aleac havia convocado reunião com os colegas parlamentares para informá-los do assunto e determinar que a Procuradoria Jurídica da Casa orientasse a Mesa Diretora para que fossem tomadas providências necessárias, no âmbito externo. (Com informações do G1/AC e Assessoria Ney Amorim)