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Irmãos têm parentesco confirmado após 40 anos separados pela política de isolamento da hanseníase

Há 42 anos, Maria Lucia Araújo de Souza dava a luz a um dos oito filhos que teve com Francisco Alexandre de Souza. Porém, na época o casal morava na então Colônia Souza de Araújo, onde eram isolados pela política de internação compulsória de pessoas atingidas pela hanseníase e, por esse motivo, esse e outros três filhos foram separados dos pais logo após o nascimento.

João José Furtado da Silva foi enviado para um educandário, onde foi adotado por outra família. Em 2014, após passar por uma cirurgia, ele postou um agradecimento em sua página do Facebook, a Deus, sua família e aos amigos, pelo apoio recebido em um momento difícil. João não imaginava, mas aquela imagem mudaria novamente sua vida.

Por conta de amigos em comum, a foto apareceu a uma irmã biológica sua, Camila, que desconfiou do parentesco e mostrou ao pai. Mas foi Moisés, outro irmão biológico, quem reconheceu no registro a imagem do seu irmão desconhecido, separado a mais 40 anos de sua família.

Após um ano a procura de João, a família conseguiu realizar o reencontro entre os irmãos separados e os pais biológicos. Eles procuraram o Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas Pela Hanseníase (Morhan) para confirmar o que acreditavam ser verdade: que haviam encontrado o “irmão que faltava”.

Por meio do Projeto Reencontro, em parceria com o Instituto Nacional de Genética Médica Populacional, foram coletadas amostras de material genético da família para a realização do exame de DNA. O material foi enviado para um laboratório em Rio Grande do Sul.

João José Furtado da Silva e Moises Sousa Firmino recebem nesta quinta-feira, 6, o resultado do exame que comprova que se tratam dos irmãos que a política de isolamento do estado brasileiro separou. O momento promete emocionar familiares e demais participantes.

 

 

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