O Campus Cruzeiro do Sul, do Instituto Federal do Acre (Ifac), foi oficialmente inaugurado nesta segunda-feira, 24 de setembro. Orçado em R$ 6,8 milhões, a unidade vai atender cerca de mil estudantes de todas as cidades do Vale do Juruá. A entrega aconteceu na presença do ministro da Educação Rossieli Soares.
Durante agenda no estado, ele também anunciou a transferência da sede definitiva do Campus Avançado Baixada do Sol do Ifac para a Escola da Floresta, que foi federalizada e incorporada ao Ifac. Essa mudança representa uma ampliação de uma área de 30.000 m2 para um espaço de 400 hectares, possibilitando a ampliação da infraestrutura com instalação, principalmente, de novos laboratórios de ensino.
O ministro Rossieli comemorou a transferência definitiva da nova sede do campus, que estava sob a supervisão do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). “Este é um momento muito significativo, tanto para o Instituto Federal, quanto para todo o Acre. É um momento de independência da instituição”, enfatizou Rossieli.
O campus Cruzeiro do Sul oferece uma variedade de cursos técnicos e superiores voltados para as áreas agrárias, licenciatura e tecnologias, sensíveis ao desenvolvimento regional. Este campus teve as atividades letivas iniciadas no segundo semestre de 2010, em instalações provisórias. A construção de sua sede definitiva foi licitada pelo então Centro Federal de Educação Tecnológica do Amazonas (Cefet/AM), e teve início em 2010, sendo concluída em 2013. O espaço tem 4.423,26 m² de área construída e conta com 13 salas de aula, seis laboratórios para as disciplinas de matemática, biologia, química, informática e física, além de auditório, biblioteca e ginásio poliesportivo.
O Vale do Juruá abrange os municípios de Cruzeiro do Sul, Porto Walter, Mâncio Lima, Rodrigues Alves e Marechal Thaumaturgo. Cruzeiro do Sul é o segundo maior município do Acre em número de habitantes, superado apenas pela capital, sendo banhado pelo Rio Juruá, que divide o município em dois distritos. De acordo com o IBGE, em 2018 a população atingiu os 87.673 habitantes, a maior parte indígenas e nordestinos, estes vindos em busca de trabalho a partir da extração da borracha. Também é forte na região a presença dos sírio-libaneses e imigrantes peruanos, haitianos e bolivianos.
No caso do Campus Avançado Rio Branco Baixada do Sol, esta unidade aparece, hoje, com 100% de sua ocupação. Por falta de espaço físico, a implantação de novos laboratórios foi inviabilizada, o que tornou necessária a mudança. Para a manutenção das aulas práticas, o Ifac tem firmado parcerias de maneira a viabilizar a cessão de espaços, sendo um deles a Escola da Floresta.
“A gente tem que cuidar mais de quem mais precisa e o Brasil precisa cuidar da região Norte, da Amazônia brasileira, e hoje, com esta mudança da Baixada do Sol, o novo campus terá 200 acres de floresta virgem para nossos professores e pesquisadores”, disse o ministro. “Nós teremos nos próximos anos grandes passos a dar aqui, e a oportunidade de desenvolver tecnologias e entender como a floresta pode, de forma sustentável, ser de grande benefício para toda a Nação. Eu fico feliz por fazer parte deste momento.”
A reitora do Ifac, Rosana Cavalcante dos Santos, destacou a mudança da estrutura como “ímpar” e necessária. “Se a gente tivesse que construir uma nova sede teríamos que gastar em média R$ 12 milhões. O que vai acontecer agora com este espaço é uma revitalização, uma otimização, uma melhoria. Em 30 mil metros quadrados não conseguiríamos fazer uma aula de apicultura que não fosse em uma banheira. Agora teremos tanques. Então os nossos arranjos produtivos locais serão otimizados, valorizados e difundidos e aqui a gente vai gerar tecnologia.”
Em fevereiro deste ano foi publicada a Lei Estadual nº 3.372, com vistas a cessão da Escola da Floresta para o Ifac, viabilizando assim a transferência. Algumas áreas passarão por reformas e ampliações pontuais e as obras devem estar finalizadas até 2020, quando ocorrerá a mudança total da atual sede para a Escola da Floresta. Há expectativa de ampliação no número de vagas dos cursos ofertados.
A reforma foi estimada em aproximadamente R$ 2,6 milhões pelo Ifac. A expectativa do instituto é que esses recursos sejam viabilizados via emendas. A primeira fase das obras já está em licitação. Atualmente são oferecidos os cursos técnicos subsequentes ao ensino médio em aquicultura, agroecologia, recursos pesqueiros, secretaria escolar e especialização em agricultura familiar.