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Queimadas, estiagem e altas temperaturas geram aumento de doenças respiratórias

Durante o fim de semana, a autônoma Fernanda Souza, 28 anos, teve fortes crises alérgicas – a grande quantidade de fumaça e o clima seco pioraram a sinusite. Nebulização, antialérgicos e a ingestão de muita água ajudaram a aliviar os sintomas do problema de saúde.

“Quase nunca tenho crise alérgica, mas nesse período é comum a sinusite atacar. Como já sei o que tomar não vou ao médico, só em casos extremos. Dessa vez, por exemplo, tive até falta de ar”, contou.

O caso da jovem é apenas um entre centenas de pessoas que lotam todos os dias as unidades básicas de saúde e UPA’s em Rio Branco. Neste período, conhecido como “verão amazônico”, a grande quantidade de queimadas, as altas temperaturas e a estiagem afetam a rotina da população.

As queimadas urbanas ou florestais colocam em risco a saúde da população, além de ameaçar a biodiversidade e prejudicar o patrimônio público e privado. Segundo o Corpo de Bombeiros, somente este ano foram registrados 2.912 incêndios ambientais na capital acreana. Em 2017, foram 3.759 incêndios de janeiro a dezembro.

Apesar de não informar a quantidade de casos de doenças respiratórias registrados neste período, a Secretaria de Saúde afirma que houve um crescimento expressivo em relação aos outros meses do ano.

Cuidados com a baixa umidade do ar

Ardência e ressecamento dos olhos, boca e nariz, assim como o agravamento de doenças respiratórias são alguns dos sintomas causados pela baixa umidade do ar. Para evitar ou diminuir esses problemas de saúde é necessário alguns cuidados dentro e fora de casa.

De acordo com a médica Gleiciany Miranda, gerente de assistência da UPA Via Verde, os grupos mais vulneráveis às doenças neste período são: crianças, idosos e pessoas com histórico de problemas respiratórios.

“Idosos e crianças porque têm uma imunidade comprometida. Nas crianças o sistema imunológico ainda está em desenvolvimento, além de não terem o controle de defesa que os adultos têm. Já nos idosos o sistema imunológico está comprometido devido à idade, são eles que têm mais doenças pulmonares crônicas.”

Entre as recomendações está a troca da vassoura por um pano úmido para a limpeza do domicílio. Também é aconselhável retirar cortinas, tapetes e pelúcias que concentram poeira e podem agravar os problemas respiratórios.

“Evitar ambientes com aglomerados de pessoas, tornar o ambiente domiciliar mais úmido, com um pano molhado ou uma vasilha com água no ambiente. Quem tem condições pode comprar um umidificador de ar”, acrescentou.

Outra recomendação é aumentar a ingestão de líquidos como água, sucos naturais e chá, além de consumir mais frutas e legumes. “São orientações que servem para todos nesta época do ano”.

Por fim, a médica destaca que em caso de sintomas como febre, falta de apetite, tosse e congestão nasal, a pessoa deve procurar a unidade de saúde mais próxima de sua casa.

 

A Gazeta do Acre: