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Vereador questiona o porquê de os deputados não declararem apoio à Operação Hefesto

“Não podemos selecionar aqueles que iremos apoiar, defender ou criticar. Temos que subir aqui e ser unânimes em defender um país mais justos e com menos corrupção. E que isso se propague até que tenhamos um novo país”. A fala é do vereador Emerson Jarude, ao comentar sobre a Operação Hefesto, deflagrada pela Polícia Federal, e que investiga possíveis fraudes em contratos públicos no âmbito da Assembleia Legislativa do Acre.

Ao declarar apoio à operação, Jarude frisou que até o momento não viu nenhum parlamentar estadual comentar sobre o assunto ou até mesmo dizer que apoia as investigações.

“Manifesto meu total apoio à Operação Hefesto, e lamento até o presente momento não ter visto nenhum parlamentar acreano declarando apoio. E aqui não faço nenhum julgamento seletivo. Quando acontecem as coisas no Congresso Nacional subimos na Tribuna e falamos. Quando as coisas acontecem perto de nós, temos que ter a responsabilidade de também tratar do assunto”, disse.

O vereador frisa que não tem a intenção de apontar culpados. Sua intenção, segundo ele, enquanto representante do povo, é incentivar o trabalho dos órgãos de investigação para que obtenham resultados práticos e efetivos.

“Não estou aqui falando de culpados ou querendo culpar alguém. Mas, nós temos que declarar apoio às instituições para que elas façam o devido trabalho. E elas precisam ter o nosso apoio para que consigamos ter um resultado efetivo e prático.”

Jarude criticou, ainda, o fato de não ter ocorrido sessão ordinária na última quarta-feira, 19. “Fiquei triste quando soube que não teve sessão devido à ausência dos deputados. Temos que ter responsabilidade e dar satisfação à população. Não se manifestam favoráveis ou contrários à operação e ainda faltam a sessão. Inadmissível”.

Por fim, o parlamentar lembra que tanto a Câmara, quanto a Assembleia são órgãos fiscalizadores, portanto, devem estar isentas de qualquer mácula.

“Tanto a Aleac quanto a Câmara são órgãos fiscalizadores. Antes de fiscalizar o governo e prefeitura temos que, primeiramente, dar exemplo. Ter a maior transparência possível. Hoje, infelizmente, não se consegue ter informações acerca das verbas destinadas aos deputados. E digo isso porque já fiz essa pesquisa.”

Disse mais: “Você não sabe qual o valor destinado para contratar assessores, se há privilégios, regalias, quais são as demais verbas que compõem um mandato de deputado. Volto a dizer: falo aqui como contribuinte. Somos passageiros, portanto, vamos ajeitar essa Casa, e me refiro ao Poder Legislativo como um todo, para que os próximos que venham já tenham uma normativa nesse sentido. Esse é o legado que quero deixar. Um ambiente mais transparente e honesto”, finalizou.

A Gazeta do Acre: