As seis pessoas que continuavam presas pela Operação Hefesto, que investiga fraudes em licitações de publicidade, ganharam a liberdade na tarde de ontem, 17, após o julgamento de habeas corpus (HC) no Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), em Brasília.
A informação foi confirmada pela defesa dos investigados. Entre os presos estava a ex-candidata a deputada federal e empresária Charlene Lima.
Além de Charlene, também ganharam liberdade Robson Diego Vidal, o policial militar Ednilson Pereira de Aguiar, Simone Silva de Freitas e os dois servidores da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), Francisco Aurélio e Adalcimar Nunes.
A operação foi deflagrada no dia 13 de setembro e prendeu sete pessoas, sendo que três, que estavam com prisão temporária decretada, foram liberadas em seguida. No dia 18, dois servidores da Aleac foram presos na Operação Hora Extra, desdobramento da Hefesto.
O advogado de Charlene, Marcos Vinicíus Jardim, informou que a cliente deve deixar o presídio apenas nesta quinta-feira, 18. Para isso, a empresária e o PM Ednilson Pereira devem pagar uma fiança no valor de dois salários mínimos.
“Tem algumas burocracias que o desembargador pediu como comprovante atualizado do endereço, entre outras coisas, que ainda não conseguimos, porque estamos em Brasília e foi determinado agora pela tarde. O alvará só deve ser cumprido depois dessas burocracias. Estamos na expectativa que amanhã consiga a soltura dela”, explicou Jardim.
O advogado Gelson Neto, que faz a defesa de Simone Silva, confirmou que a decisão é para todos os presos da operação.
Restrições
O advogado do PM, Wellington Silva, explicou que os investigados soltos precisam seguir algumas restrições. Eles não podem se aproximar dos demais envolvidos, precisam manter o endereço atualizado, comparecimento ao juiz e não devem se aproximar também das testemunhas do caso.
“Já foi remetida a decisão e o alvará encaminhado para o Bope [Batalhão de Operações Especiais] onde ele está preso. Acabei de pegar a decisão. Ele vai sair mediante ao pagamento de dois salários mínimos”, ressaltou.
Esquema
A empresa CL Publicidade, contratada para prestação de serviços de publicidade para a Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) e investigada por fraudes em licitações, cobrava mais de R$ 100 mil por duas horas de filmagem.
A informação é da Polícia Federal que analisou notas fiscais apreendidas e comparou com preço cobrado no mercado. Conforme o levantamento da PF, a empresa de Charlene Lima cobrava três vezes mais que o valor de mercado.