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Jenilson: “erros e estratégias adotadas levaram a esta situação”

Eleito em 2014 para o primeiro mandato com 4.439 votos, o doutor Jenilson (PC do B) quase que dobrou sua votação na eleição de domingo passado, alcançando a marca de 8.253 votos e tornando-se a alavanca da coligação PT/PCdoB para a Aleac.
Junto com os ex-deputados Edvaldo Magalhães e Perpétua Almeida, Jenilson compõe o trio do PC do B que deu a volta por cima e reassume papel de destaque na Frente Popular do Acre.
Nascido no Seringal Mucuripe, em Tarauacá, Jenilson foi a revelação da política acreana em 2014. Amadurecido depois de quatro anos no parlamento, o deputado avisa que no próximo mandato vai torcer para que o Governo dê certo, pois representa a população, mas que vai cobrar os compromissos que o futuro governador assumiu enquanto candidato oposicionista.

Como o senhor entendeu o resultado das urnas?
Jenilson Leite: O governo da Frente Popular do Acre tinha um projeto para 20 anos. Isso aconteceu. Os últimos anos foram de desgastes e erros políticos culminando com o resultado que marcou o final de ciclo. Do ponto de vista das conquistas, o projeto da FPA foi vitorioso. O Acre avançou muito. No entanto, como tudo passa e tem seus desgastes, existe o tempo de nascer e de se acabar– ou deixar de existir – este ciclo terminou com a eleição de domingo 07/10/18. Do meu ponto de vista, a FPA tinha força para renovar e começar novo ciclo, mas erros e estratégias adotadas levaram a esta situação.

Onde foi que a FPA errou?
J.L: Não vou aqui me debruçar sobre avaliação de quais foram os erros. Todo mundo sabe, cada um tem o seu ponto de vista, mas eu acho que temos que aceitar o resultado de domingo como forma de entender que tudo na vida tem o seu tempo de ser. Agora é o momento de bater a poeira e olhar para frente; se organizar para novo ciclo, com novos personagens, adotando a experiência daqueles que construíram esta Frente. Ser solidários àqueles que nos ajudaram a chegar até aqui e que nesta eleição ficaram sem mandato. Nossa solidariedade àqueles que não alcançaram seus objetivos eleitorais.

Como se dará o debate parlamentar, agora na oposição?
J.L: A gente perde batalhas e não guerras. O nosso mandato é uma das vozes da do povo nesta Casa e estaremos representando os interesses da população  do Acre. Vamos ter um novo governo que esperamos que dê certo. Vamos relembrar os compromissos deste governo, todas as promessas, falando de mudanças na Saúde, na Segurança, na Educação. O povo acreditou e mudou. Mudou significativamente com três senadores, com governador, com seis deputados federais e 13 deputados estaduais. Mudou radicalmente. O bastão do poder está com Gladson que é a oposição hoje. Agora ele precisa apresentar para o povo o resultado do seu Governo e das suas promessas. Nós vamos estar aqui na Aleac trazendo esta voz do povo e relembrando as promessas feitas.

Como fica o seu papel na Frente Popular diante de tamanha votação?
J.L: A nossa eleição foi muito difícil, mas consideramos vitoriosa, com 8.235 votos. Fomos o puxador de votos desta coligação. Acredito que pelo reconhecimento do trabalho realizado e a ajuda de nossos colaboradores,mas não vamos transformar isso numa maxima que somos “o bom”. Com isso veio uma grande responsabilidade. Ser o mais votado da Frente Popular nos leva a assumir responsabilidades, de ter coerência, boa conduta, amplitude e aglutinação de forças. Assim vamos trabalhar daqui pra frente.

A Gazeta do Acre: