Mais uma vez, o Acre vira notícia nacional ao exportar para o mundo cenas de selvageria. Inconformados com o crime praticado por Elison de Souza dos Santos, 19 anos, mais conhecido como Testinha, cerca de 200 populares invadiram a delegacia de Capixaba, depredaram o local, torturaram e assassinaram o acusado a golpes de foice e pauladas.
O ato de selvageria ocorreu nesta quinta-feira, 27. O acusado tinha sido preso acusado de matar três pessoas na região. Em um dos crimes, Testinha teria atirado contra um casal de idosos que não resistiu aos ferimentos. A Polícia Militar estima que mais de 200 pessoas invadiram a delegacia de Capixaba.O corpo do acusado foi trazido para Rio Branco pelos técnicos do IML.
Os policiais que estavam de plantão, ao perceberam a aglomeração de pessoas, chegaram a pedir apoio, mas o reforço não conseguiu chegar a tempo de evitar a invasão.
A polícia realiza diligências na tentativa de identificar os envolvidos no linchamento de Testinha.
O secretário de Polícia Civil do Acre, Carlos Flávio Gomes Portela, por meio de nota, lamentou a situação no município. A nota diz ainda que o trabalho da polícia está voltado às investigações das circunstâncias do fato, com o objetivo de esclarecer todo o ocorrido.
O secretário informou que todos os envolvidos responderão pelos seus atos, de acordo com a participação de cada um no crime. “A polícia vai identificar todos os envolvidos no crime, tendo em vista que não se deve fazer justiça com as próprias mãos. Os acusados responderão pelo crime de homicídio”, enfatizou.
Casal morto
A prisão de Elison é fruto da investigação de outro crime, a morte de um casal a tiros em uma residência na quarta-feira, 26, no Ramal Brasil Bolívia, zona rural do município de Capixaba, no interior do Acre. As vítimas foram identificadas como Francisco Oliveira, de 69 anos, e Sebastiana Mendes, de 58.
Não foi a primeira vez
Não foi a primeira vez em que uma delegacia de polícia no interior do Acre é invadida por populares para fazerem justiça com as próprias mãos. Em 2015, Lucimar Bezerra, 33 anos, foi morto a facadas dentro da delegacia do Bujari. Ele era suspeito de matar Jardineis da Silva, 25 anos, e a filha dela, de seis meses.
A criança de seis meses foi morta com a mãe. A dona de casa teve a barriga aberta, parte das vísceras retiradas e, após ser costurada, foi amarrada a pedras e jogada em um rio da comunidade.