O novo edital do Programa Mais Médicos será publicado no Diário Oficial da União desta terça-feira, dia 20. O anúncio foi feito ontem, 19, pelo ministro Saúde, Gilberto Occhi. Serão ofertadas 8.517 vagas para atuação em 2.824 municípios e 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI), que antes eram ocupadas por médicos da cooperação com Cuba.
As inscrições começam a partir das 8h desta quarta-feira, 21, e seguem até o dia 25 deste mês para os médicos brasileiros com CRM Brasil ou com diploma revalidado no país. Os profissionais podem se inscrever por meio do site maismedicos.gov.br. O início das atividades está previsto para 3 de dezembro.
O edital é a medida emergencial adotada pelo governo brasileiro para garantir a assistência em locais que contam com profissionais de Cuba, após o comunicado da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) no qual o governo cubano informa que encerrou a cooperação no programa Mais Médicos.
“A nossa preocupação foi diminuir os prazos da inscrição até a chegada do médico no município. Essa foi uma medida imediata, melhor forma, mais rápida e mais eficaz de não deixar faltar assistência médica em áreas com médico da cooperação”, ressaltou o ministro da Saúde, Gilberto Occhi.
Diante do fato, o governo federal está adotando todas as medidas para garantir a assistência dos brasileiros atendidos pelas equipes da Saúde da Família que contam com profissionais de Cuba. Está prevista a abertura de uma nova chamada no dia 27 de novembro para brasileiros formados no exterior e estrangeiros.
Destaque na imprensa oficial cubana
O jornal oficial do governo cubano dedicou espaço de capa, nesta segunda-feira, 19, ao retorno dos médicos que atuavam no Brasil. “O governo eleito do Brasil não tem autoridade moral para questionar Cuba”, declarou o chanceler cubano Bruno Rodriguez na Guatemala, onde participou da cúpula Íbero-Americana.
Mourão acredita que nem todos os médicos voltarão à Cuba
Para o vice-presidente da República eleito, Hamilton Mourão, o retorno dos médicos cubanos ao país de origem não deve ser tão rápido assim, por questões logísticas. Em rápida entrevista coletiva no Centro Cultural Banco do Brasil, nesta segunda-feira, 19, Mourão se arriscou a dizer que metade dos profissionais poderá permanecer do Brasil.
“Posso até ser leviano aqui, mas acho que talvez a metade (dos médicos cubanos) não volta. Acho que eles gostam do nosso estilo de vida. Eu não sei quanto tempo vai levar para esses médicos saírem. Para eles serem deslocados aonde estão teve apoio das Forças Armadas. Força Aérea e Exército transportaram. Colocamos eles em quartéis em determinado período. Eles estão espalhados pelo Brasil inteiro, são mais de 8 mil. Não é dar um estalido e todos eles vão se deslocar para o aeroporto e embarcar”, disse Mourão.
Para médicos cubanos permanecerem no Brasil, dependeria do desejo individual e da concessão do asilo no País, o que já foi sinalizado como viável pelo presidente eleito Jair Bolsonaro. (Do Portal da Revista Isto é)