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Ninguém pode ficar parado

Vivemos em movimento. A vida moderna nos obriga a estar em vários lugares no nosso dia a dia. Ir e voltar do trabalho, da aula, buscar os filhos no colégio, dar um rolezinho noturno às vezes, sair para passear no fim de semana. Inúmeros são os compromissos que fazem ninguém ficar parado. Essa locomoção é um grande desafio de mobilidade urbana para as gestões municipais, e uma missão mais árdua ainda para o cidadão comum.

São cada vez mais pessoas indo e vindo. Os meios de transporte e infraestrutura das cidades, em contrapartida, têm que acompanhar este ritmo.

Ultimamente, temos passado por maus bocados em se tratando de transporte público. Há duas semanas, um grupo de bandidos, como sempre de facções, tomaram um ônibus e fizeram um “limpa” nos passageiros. Essa semana foi registrado mais assaltos dentro de um coletivo. Os bandidos se disfarçaram de passageiros. Ontem, outro incidente: um ônibus sofreu uma falha elétrica e foi totalmente consumido pelo fogo.

Soma-se a tudo isso as denúncias de que, no transporte intermunicipal, no trajeto entre Rio Branco para Porto Acre e Vila do V, estariam ocorrendo mais assaltos, falta de acessibilidade, veículos quebrados e demoras, feitas por passageiros que pegam a linha diariamente.

 “A vida de ninguém deve ficar inerte, nem em risco. O medo não pode impedir a mobilidade urbana”

É verdade que há esforços em melhorias por parte da prefeitura, das empresas que fornecem os serviços e da Polícia Militar com medidas de proteção dos passageiros e motoristas. Isso precisa ser valorizado. Ainda assim, os investimentos não está sendo o bastante. Os usuários ainda não sentem, de forma unânime, que pagam um valor justo pelo serviço que lhes é oferecido. É esse sentimento a maior prova de que mais precisa ser feito.

E não só por parte da prefeitura ou das empresas responsáveis. A grande reclamação dos usuários no momento são os roubos e furtos. Antes eram mais durante as esperas nas paradas (o famoso “terror dois homens vindo numa moto”). Agora, até dentro do ônibus as pessoas já não se sentem mais protegidas. A Segurança Pública tem que entrar mais forte no problema, agir com mais policiamento e ações para coibir bandidos que abalam o transporte coletivo.

Portanto, a atitude de se investir na melhoria do transporte público, com renovação das frotas, mais policiamento dos ônibus, mais paradas para abrigo do sol e da chuva, é a correta. Quem é beneficiado por estas melhorias as sente, as aprova. Contudo, o mesmo não se pode dizer de quem é assaltado ao pegar o ônibus para a faculdade ou voltando de um dia puxado no trabalho. Este usuário não tem como se sentir feliz, satisfeito. Mais, sempre mais, deve ser feito, porque a vida de ninguém deve ficar inerte, nem em risco. O medo não pode impedir a mobilidade urbana.

 Tiago Martinello é jornalista
E-mail: sdmartinello@gmail.com

Fabiano Azevedo: