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MP denuncia delegado e policiais por tortura e estupro a jovem de 17 anos

O Ministério Público do Acre (MP/AC) ofereceu denúncia contra o delegado de Polícia Civil Karlesso Nespoli e nove policiais por tortura e estupro a jovem dentro da Delegacia de Investigações Criminais (DIC), em Rio Branco.

O caso ocorreu no dia 5 de setembro de 2016, na Travessa Beco Morada do Sol, no bairro Jardim Eldorado. A denúncia foi oferecida à Justiça em 3 de outubro deste ano e está em processo de investigação.

Segundo a denúncia, um jovem, que na época tinha 17 anos, foi tirado de dentro de casa sem que houvesse ordem judicial ou situação de flagrante. Os policias teriam arrombado a porta da casa, vasculhado o local e em seguida levaram a vítima em viaturas descaracterizadas.

Além disso, os policiais teriam levado R$ 900 que pertenciam à proprietária da casa, um televisor 16 polegadas e outros objetos, que na época foram apresentados como se estivessem sido achados em outras ações.

Duas horas após ser tirado de casa, o jovem foi liberado na Estrada do Panorama, bairro São Francisco. Ainda segundo a denúncia, a vítima sofreu lesão corporal gravíssima com emprego de violência física.

O jovem relatou ter sido mantido em cárcere privado e agredido com uma barra de ferro, que foi introduzida em seu ânus. A intenção da tortura, de acordo com o MP, era fazer com que a vítima desbloqueasse o celular que estava com ele para obterem informações.

Conforme o MP, o delegado sabia da operação que resultou na tortura do jovem e se omitiu em instaurar um procedimento para investigar o caso. Mas, segundo o depoimento da vítima, Nespoli atuou e coordenou as ações efetivamente.

Ao oferecer a denúncia, o órgão pede a prisão de quatros anos dos denunciados, que devem responder por designação de audiência de instrução e julgamento. Também pede a fixação de um valor para reparação dos danos causados pelos crimes.

A reportagem não conseguiu falar com o delegado nem com o advogado responsável por sua defesa.

Delegado Karlesso Nespoli( FOTO/ DIVULGAÇÃO)

Segredo de justiça

O corregedor-geral da Polícia Civil, Alex Cavalcante, afirma que acompanha o caso, mas que não pode se pronunciar porque o processo corre em segredo de justiça. “Eu estaria cometendo um crime se tivesse falando qualquer coisa sobre o caso”.

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