O vereador Emerson Jarude, em pronunciamento na sessão de terça-feira, 20, na Câmara de Rio Branco, comentou sobre a saída dos médicos cubanos do Estado. Os profissionais chegaram ao Acre através do Programa Mais Médicos, criado na gestão da ex-presidente Dilma Rousseff, cujo objetivo era suprir a carência de médicos nos municípios do interior e nas periferias das grandes cidades do Brasil.
Jarude frisa que estão usando esse fato para justificar um possível colapso na área de Saúde no Estado. Porém, para o parlamentar , se for realizada uma análise mais profunda acerca do assunto, se chegará à conclusão de que o “problema” é estrutural.
Ele frisa que se houvesse uma estrutura de trabalho adequada, não precisaria o Governo Federal viabilizar a vinda de médicos de outro país, haja vista que os profissionais formados no Brasil certamente se interessariam pela vaga.
“Temos que verificar o porquê de o médico brasileiro não querer ir trabalhar no interior, e cito meu irmão que, após se formar na Faculdade do Amazonas, recebeu uma oferta do governo para trabalhar no Jordão, interior do Estado, recebendo R$ 20 mil mensais. Ele ficou apenas três meses e retornou a Rio Branco devido à falta de condições de trabalho. Às vezes, não tinha gazes para limpar os ferimentos ou fazer curativos. Na realidade, a questão nem é tanto os cubanos, mas o Brasil”, disse ao citar a corrupção no país.
“Temos que parar de desviar R$ 200 milhões em corrupção e investir na saúde, segurança, educação. Coisa que não vem acontecendo. E aí queremos jogar a culpa nos cubanos. Não faço uma fala em defesa de Bolsonaro, mas sobre a Saúde Pública de nosso país”, falou Jarude.
Quando as afirmações de que os médicos cubanos estariam deixando o Brasil devido o presidente eleito Jair Bolsonaro, o vereador discordou.
“Não vi Bolsonaro falar sobre a retirada dos médicos cubanos. Ele apenas impôs condições para que os mesmos fiquem em nosso país. Dentre as condições, poder trazer sua família e também que o salário seja pago de modo integral a esses profissionais, porque não é assim que vem acontecendo atualmente. Dos R$ 11.500 que supostamente recebem, apenas R$ 3 mil vai para o médico. Todo o restante é encaminhado ao governo cubano. Portanto, acho plausível a determinação de Bolsonaro”, finalizou Jarude.