O governo do Estado depositou nesta quarta-feira, 31, cerca de R$ 257 milhões referente ao pagamento do salário dos servidores públicos. Com isso, o governo de Tião Viana chega à marca de 94 meses de salários pagos em dia durante sete anos, além dos 13º também pagos corretamente.
Mais de 40 mil a de 50 mil servidores, entre ativos, pensionistas e aposentados, fazem parte da folha de pagamento do Estado. Para muitos, mesmo com o Executivo cumprindo suas obrigações constitucionais de repasses, este é um momento de reconhecimento, já que a crise financeira e política que tem assolado o país desde 2015 fez com que vários estados não fossem capazes de cumprir seus compromissos.
Segundo levantamento feito pela equipe da Notícias do Acre junto às assessorias de todos os 26 Estados e do Distrito Federal, nove unidades da federação estão com salários dos servidores atrasados e/ou parcelados. São eles: Amapá, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, Roraima, Sergipe e Tocantins.
Passado indesejado – Para se ter uma ideia da gravidade que é atrasar salários de servidores, em 1998 o Acre viveu um colapso administrativo e financeiro, com o governo passando por um total descontrole e desequilíbrio fiscal, econômico e político. Salários atrasaram e com isso o frágil mercado do estado viveu um período obscuro, com pouca movimentação de capital.
“Eram tempos muito difíceis. Lembro que quando atrasava salário era muito complicado. O que mais me deixava triste era não poder comprar as coisas pra minha filha, que era pequena na época. A gente não podia comprar, porque não sabia quando ia receber. Hoje é diferente. A gente pode se programar, porque sabe que o dinheiro vai cair na conta no final do mês”, relembra Gladysend da Silva, servidora da Secretaria de Saúde há 25 anos.
Maria Isabel da Costa Lima, que entrou no governo do Estado pela Secretaria de Educação como apoio administrativo em 1977, reforça que passou por muitas situações, valorizando sempre o pagamento dos servidores em dia.
“A gente fica feliz por esse compromisso com nós servidores, porque é muito constrangedor ficar com o seu pagamento atrasado. Você vai à loucura e nós já passamos por isso de passar três meses sem. Então a gente fica feliz hoje em dia porque sabe que podemos contar com nosso salário em dia para pagar as contas. Esse governo tem compromisso com o funcionalismo público”, conta a senhora.
Presente pelo compromisso – Só o Acre perdeu nos últimos dias cerca de R$ 70 milhões no repasse do Fundo de Participação do Estado (FPE) em 50 dias.
Ainda assim, o Estado segue há 20 anos com o pagamento em dia dos salários dos servidores ativos e benefícios dos aposentados e pensionistas do Estado, mesmo com a severa redução de repasses federais da União nos últimos sete anos. Tais cortes fizeram com que o Executivo acreano perdesse mais de R$ 1,2 bilhão durante toda a última gestão. E só a previdência do Estado causa um déficit de R$ 40 milhões mensalmente.
Lucenildo Lima da Silva, coordenador de Redes do Sistema Público de Comunicação, é um dos que reconhece todos esses esforços pela manutenção da folha de pagamento do Estado.
“Hoje é um dia importante para o servidor público porque estamos recebendo em dia o salário, e pro comércio é outro dia significativo porque vai aquecer a economia, movimentar dinheiro que mantém todas as cadeias. É claro que é obrigação do gestor pagar em dia, mas temos que destacar o esforço que o governo tem feito pra manter os salários de todos os servidores”, destaca Lucenildo.
Bruno Torres, professor efetivo do Estado desde 2013, valoriza os esforços do governo principalmente pela estabilidade relacionada ao concurso público.
“Uma das grandes vantagens do concurso público efetivo é a estabilidade, a certeza de que você vai receber em dia. E nada é mais justo do que receber pelo trabalho prestado. Estamos recebendo nossos salários em dia, com a única mudança nesses anos de recebermos agora no último dia útil do mês.”