Prezado(a) leitor(a) do Jornal A GAZETA, Paz e Bem!
Calma, calma, querido(a), o referido título acima é somente uma provocação a você, para uma maior e melhor reflexão sobre o que é o Natal. E eu amo sim, celebrar o Natal, celebrar o nascimento do Rei dos reis, Senhor dos senhores, o Pão Vivo que desceu do céu, o Cordeiro Imolado, o Emanuel, e como nos diz o profeta Isaías 9: “…Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz”.
E ano após ano, ao chegarmos por essa época, é sempre a mesma coisa: corre-corre, planos, contas, listas para “Papai Noel”, shoppings lotados, lojas abarrotadas, propagandas na televisão, no celular, na internet, no outdoor. Tudo para preparar a população para a “chegada” do Natal, das festas de fim de ano.
As crianças desde cedo são estimuladas a ter sonhos e escrever cartinhas ao “Papai Noel”, porém, sonhos carregados de pedidos materiais. É só observar em nossas lojas, comércios e shoppings qual é a figura que predomina nas vitrines super coloridas, cheias de luzes e demais enfeites de arvores e os “noéis” da vida? Onde está o presépio que nos fala do grandioso acontecimento da encarnação do Senhor?
Consequentemente, nossas famílias deixam de celebrar o Natal em suas paróquias, por não terem tempo, já que estão “preparando” a ceia para a família na grande noite do Natal e ou por que perderam tempo comprando lembranças de última hora.
Mas aí pergunto a você querido(a) leitor(a), como eu celebro o nascimento de Jesus? Você já parou para pensar? Como vou celebrar este ano? Ou eu fico somente no “Feliz Natal”, sem lembrar de Jesus Cristo? Então, você não celebra o Natal, você “celebra o natal” do comércio, dos presentes, do papai noel, sem presépio e sem Jesus! Por isso não gosto do natal comércio, gosto do Natal do Senhor e com o Senhor!
No entanto, nossas vidas são um eterno presépio, sempre a espera do Menino que virá no Natal e a manjedoura é o nosso coração ou não? Será que também não há lugar para Ele como aconteceu com São José e a Virgem Maria presta para dar a luz? Como nos fala o Evangelho de São Lucas 2, 7b: “…porque não havia lugar para eles na hospedaria.” Mas, passamos às vezes o ano inteiro sem colocar o Menino Deus em seu lugar (Lc 2,7), não cantamos Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens (Lc 2,14), não ofertamos a Ele o nosso melhor (Mt 2,11), não somos humildes como os pastores que conduzem os rebanhos, nem o adoramos como é devido (Mt 2, 2) e sobre tudo não refletimos sobre o que guardamos em nossos corações as coisas que acontecem em nossas vidas, como Nossa Senhora, que guarda tudo em seu coração (Lc 2, 19).
Na próxima terça-feira será Natal. São Francisco de Assis dizia que o Natal é a Festa das festas. Reconhecendo que a Páscoa é maior de todas as Festas, porque nela contemplamos o amor de Deus que deu a vida por nós, no entanto, ele dizia que se Jesus não tivesse nascido, não teria acontecido a sua morte e ressurreição. Três ministérios de Cristo são particularmente caros à Espiritualidade Franciscana: Encarnação, Paixão e Eucaristia, pois tudo fala do Amor de Deus, de Sua presença e do Seu presente à humanidade, a salvação. A Eucaristia é presença, presente e amor de Deus Encarnado, Morto e Ressuscitado, e Vivo entre nós a cada Santa Missa celebrada.
E o que você pode oferecer a Deus neste dia? Faça uma experiência diferente: vá a Igreja com sua família; prepare seu coração para receber o Senhor novamente; faça um almoço simples com sua família; faça uma oração com todos e lembrando por todos aqueles que sofrem por causa do Nome do Senhor ou que não podem manifestar a sua fé em Jesus; contemple um presépio e veja onde nasceu o Rei dos reis. Mas acima de tudo, abra o seu coração para o “Amor que não é amado”. Só assim, poderemos celebrar e gostar verdadeiramente do Natal do Senhor.
Enfim, que possamos viver o Natal todos os dias, que nosso presépio interior tenha sempre o Menino Jesus dentro de nossa manjedoura, ou seja, dentro de nossos corações, pois sim, é no nosso coração que Ele deve habitar, se você assim permitir, por que senão, continuaremos a desejar somente: “Feliz Natal, mas sem Jesus”. Que não busquemos ser pessoas melhores somente no natal, mas que sejamos pessoas melhores todos os dias. Sempre dizendo sim a vida, tendo sentimentos de respeito, justiça, amor, caridade e sempre repudiando toda intolerância, preconceito e todos os dias e que venha com alegria nossas vidas nos cumulando de Paz e de todo Bem, sendo dado a Ele toda graça, todo louvor e adoração pelo século dos séculos, Amém!
Sim, eu gosto de celebrar o Natal do Senhor!
Tenham todos um Feliz e abençoado Natal de Paz e Bem!
“Glória in excelsis Deo” (Glória a Deus nas Alturas).
Frei Paulo Roberto, Ordem dos Frades Menores Capuchinhos – OFM Cap.
Pároco da Paróquia de Bom Jesus do Abunã em Plácido de Castro – Acre.
Assistente Espiritual do Núcleo em Formação da Fraternidade da Ordem Franciscana Secular – OFS, encontro todo 3º domingo do mês, na Paróquia Santa Inês, às 7 horas (recesso em dezembro e janeiro).