O Ministério Público Eleitoral, por meio da Procuradoria Regional Eleitoral no Acre, entrou, junto ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE/AC), com ação judicial para impedir a diplomação da deputada estadual reeleita, Juliana Rodrigues de Oliveira, e o deputado federal reeleito Manuel Marcos de Carvalho de Mesquita.
Também são citados na investigação eleitoral Thaisson de Souza Maciel, Miriam Marques Bubula Ribeiro, Diego Rodrigues Oliveira, Rodrigo Rodrigues Oliveira e Wagner Oliveira da Silva.
Além do cancelamento da diplomação, o MP Eleitoral também pede a devolução imediata aos cofres públicos do valor desviado de mais de R$ 1,2 milhão e que sejam declarados nulos os votos recebidos pelos réus.
Segundo a ação, o grupo é acusado de praticar crimes, como abuso de poder político e econômico, gastos ilegais de verbas de financiamento de campanha e compra de votos, desviando verbas do Fundo Partidário Fundo Especial de Financiamento de Campanha Eleitoral destinados aos candidatos do Partido Republicano Brasileiro (PRB) no Acre.
Ainda na ação, o MP Eleitoral afirma que os candidatos eleitos gastaram ilicitamente recursos do fundo partidário, pagando indevidamente para a empresa de fachada ML Serviços Eireli “administrada” por Thaisson, sob falso pretexto de pagamento de material gráfico, com apresentação de notas fiscais “frias”.
Juliana e Manoel declararam à Justiça que contrataram a empresa juntos para a confecção de 18,5 milhões de santinhos. Porém, segundo a investigação, ficou comprovado que a empresa não possui capacidade operacional para esse tipo de serviço, sendo na verdade uma empresa de construção civil, conforme o depoimento do próprio administrador, Thaisson.
Thaisson era o operador financeiro de todo o esquema e chegou a ser filmado por câmeras de segurança de uma instituição bancária sacando mais de R$ 500 mil em espécie nos três dias úteis que antecedera as eleições 2018. O dinheiro teria sido usado para compra de votos.
Ao longo da ação estão descritos todos os detalhes de como o grupo agia, que inclusive intimidava e ameaçava pessoas que tinham conhecimento do esquema.