Em Rio Branco, comerciantes e empresários estão otimistas com o Natal deste ano. É o caso do empresário, Luís Gomes. No ramo de confecções há 30 anos, ele acredita que o faturamento neste mês deve ser 10% superior ao mesmo período do ano passado.
“A esperança é sempre que seja melhor do que o ano anterior. Ano passado não foi muito bom. Apesar dessa transição de governo e demissões, nossa esperança é sempre de melhoras”.
Gomes conta que apenas nos primeiros dias do dezembro houve um aumento de 20% nas vendas, em relação ao mês de novembro. “Aquecer mesmo é a partir do dia 15 de dezembro. Mas a maior movimentação ocorre nos dias 22, 23 e 24”.
Na loja da empresária Nubia Canizo a movimentação ainda é tímida, mas a expectativa é de que a demanda aumente nos próximos dias. Mesmo otimista com as vendas de Natal, sua perspectiva é de, pelo menos, manter o faturamento do ano passado.
“Eu estou animada com o Natal, nunca fico desanimada. Sou sempre otimista. Eu creio que a população está gastando, a população não deixa de gastar. O acreano gosta muito de gastar, gosta de se vestir bem, ele [acreano] não guarda dinheiro. Eu vejo que quando as pessoas recebem elas saem às compras”, disse.
Segundo Canizo, a população vai às compras de Natal a partir do dia 20 de dezembro. “Tá todo mundo meio sufocado com a questão de pagamento. Em relação a presentes, a população sempre deixa pra cima da hora. A maior movimentação acontece nos sete dias que antecedem o Natal”.
Lojas de confecções, calçados, eletrônicos, perfumaria, acessórios e artigos de presentes, são bastante procuradas neste período. Outro ramo que fatura alto é o de decoração.
Pisca pisca, árvore de natal, Papai Noel de todos os tamanhos, fitas, laços, bolas coloridas. Nas lojas de decoração a preparação para o mês mais mágico do ano começa em novembro.
“Passa o Dia das Crianças e a gente já começa a arrumar a loja para o Natal, e as pessoas já começam a procurar e comprar. É sempre assim, todo ano. Estamos esperando que esse ano as vendas sejam boas. Como ainda estamos no começo do mês, posso dizer que novembro foi melhor”, afirma a gerente de uma loja de decoração e presentes, Melri Vieira.
E por falar em decoração natalina, os preços podem variar de R$ 5 a R$ 1500, ou seja, orçamentos que cabem em todos os bolsos. Com R$ 5, por exemplo, é possível comprar uma mini árvore de natal.
“Nossos maiores clientes são pessoas que procuram artigos para decorar lojas, escritórios. Sai de tudo um pouco”.
Empresários estão confiantes, diz Fecomércio/Ac
O otimismo e confiança dos empresários e comerciantes rio-branquenses com as vendas de Natal já era esperado pela Federação de Comércio do Acre (Fecomércio/Ac). De acordo com o presidente do órgão, Leandro Domingos, desde o segundo semestre deste ano os empresários estão mais confiantes quanto às vendas.
“No ano passado, aproximadamente 76% dos entrevistados pelo nosso instituto de pesquisa se disseram satisfeitos com as vendas e, neste ano, acreditamos que ela seja superada”.
Essa confiança empresarial, segundo Domingos, é atribuída ao resultado das eleições e a gradativa melhoria da economia.
“Em todo o País, 70,1% dos empresários afirmaram uma necessidade de contratação, o que mostra que os componentes da economia já apresentam uma melhora, mesmo que ainda não tão rápida. Não apenas isso, a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) já apontou uma tendência no crescimento das vendas com base na análise histórica. Acreditamos que, atualmente, o empresário passou a confiar mais no novo governo”.
Vestuário, acessórios e calçados são os setores que mais se destacam nas vendas de Natal, segundo a Fecomércio. “A data é comemorativa. Muitos ainda devem ter gastos com as comemorações – que, comumente, é o que mais há gasto. É tradicional comemorar o Natal, reunir a família. As vendas ocorrem até as últimas horas do dia 24 e ainda há os que aproveitam o dia 25 para continuar comprando”.
Assim como comerciantes e empresários, o presidente da Fecomércio também acredita que o pico do comércio é às vésperas do dia 24. Ele explica que o 13º salário é o principal pagador das compras natalinas.
“Além disso, há os que aproveitam o benefício para o ano seguinte e adiantar as contas, mas muitos usam o dinheiro a mais para presentear ou se presentear. Acreditamos que seja um pagamento primordial e que não iremos ter nenhum prejuízo no que tange ao comércio e economia”, conclui.
Ceia de Natal
Além de movimentar o comércio em geral, a data comemorativa também aquece as vendas nos supermercados. Afinal, para montar a tradicional ceia de Natal, comprar alguns produtos alimentícios típicos é indispensável.
Peru, bacalhau, chester, pernil, e o tradicional panetone. Esses são itens bastante procurados para as festas de fim de ano, além de bebidas alcoólicas, como vinho, cerveja e espumante.
A boa notícia é que, segundo a Associação de Supermercados do Acre (Asas), os principais produtos que compõe a ceia registraram queda no valor, exceto os derivados de suínos, que tiveram aumento no preço.
O presidente da Asas, Adem Araújo, afirma que a grande aposta do setor são as promoções. “Os produtos mais procurados são panetones e aves de médio valor, como chester. Haverá muitas ofertas de produtos sazonais, inclusive aves. O ideal é fazer as compras entre os dias 15 e 22 deste mês. Muitos produtos estarão em oferta nesse período e ninguém correrá o risco de ficar sem produtos”.
Já as bebidas alcoólicas registraram aumento, mas também estarão entre os itens promocionais. A dica é pesquisar e se planejar para tentar baratear os custos com as festividades.
Conforme estudiosos da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o valor dos produtos da ceia de Natal não deve variar muito em relação ao mesmo período de 2017.