Rio Branco completa 136 anos nesta sexta-feira, 28, e as comemorações vão até domingo, 30. A Prefeitura de Rio Branco, por meio da Fundação Garibaldi Brasil (FGB), promove programação cultural neste fim de semana, dias 28, 29 e 30, na Praça da Revolução.
A primeira apresentação ocorre nesta sexta, 28, às 18h, com a Serenata para Rio Branco, com Elias Junior e Dinho Gonçalves. Em seguida, às 19h, haverá show musical infantil do Centro de Multimeios da Seme. No local, também terá um espaço disponível para leitura.
No sábado, 29, a programação começa às 19h, com o grupo “O Barulho do Acre” apresentando o espetáculo “Uma História de Amor”.
Já no domingo, 30, o Grupo Palhaço Tenorino apresenta a peça “O Livro da Alegria”, que leva o clima circense ao público presente. O espetáculo será às 19h.
“Foi muito bonito ver durante três fins de semana seguidos a praça lotada de pessoas interessadas em conferir as luzes de Natal, e assistir os artistas que passaram pela nossa tenda cultural. O sucesso de público foi tão grande que a Prefeita Socorro Neri fez questão de manter essas atividades por mais um fim de semana, para celebrarmos o aniversário de nossa Rio Branco”, conta o presidente da FGB, Sérgio de Carvalho.
Ainda como parte a programação do aniversário de fundação de Rio Branco, a prefeita Socorro Neri, vai entregar nesta sexta-feira, 28, a Comenda Volta da Empreza a três pessoas. O evento será realizado às 19h, no teatro Hélio Melo.
Os homenageados Raimunda Bezerra, Manoel Pacífico da Costa e Abrahim Farhat, o “Lhé”, têm em comum a forte atuação na defesa dos Direitos Humanos e na criação e fortalecimento de movimentos sociais e sindicais.
“A comenda é a maior honraria que o Município de Rio Branco oferece a cidadãos que contribuíram para o desenvolvimento social e cultural da cidade. Os três homenageados são muito especiais”, acrescentou o presidente da FGB.
Conheça os homenageados
– Abrahim Farhat, o Lhé
Filho de sírio libaneses, Abrahim Farhat, o Lhé, hoje com 77 anos, nasceu em Rio Branco. Nos anos 60, no Colégio Acreano, iniciou a luta no movimento estudantil, que teve prosseguimento na antiga escola Ética. Depois passou a atuar na organização de movimentos sociais e sindicais. Sempre teve muita proximidade com a Igreja Católica, tendo sido grande amigo de Dom Giocondo, Dom Moacir e padres Pacífico, Nilo e Pedro Martinello, defensores da Teologia da libertação. Abrahim organizou e fundou várias cooperativas e sindicatos, como o das Lavadeiras, das Empregadas Domésticas e das Prostitutas. Lhé usava recursos da família para criar ou fortalecer sindicatos, como o de trabalhadores rurais de Xapuri.
– Manoel Pacífico da Costa
Nascido em Rio Branco, em 1945, Manoel Pacífico estudou filosofia e teologia em Roma. Nos anos 70, já como padre atuou em Brasileia e Rio Branco. Ajudou Dom Moacyr Grechi na criação das comunidades eclesiais de base. Pacífico deixou o sacerdócio em 1975, dois anos depois casou-se e hoje tem três filhos. Na década de 80, Pacífico filiou-se ao Partido Comunista do Brasil (PCB), elegendo-se deputado estadual pela legenda. Em 2007, Pacífico criou o Instituto Ecumênico Fé e Política, que busca a construção de uma sociedade mais justa e fraterna, promove atividades educativas de caráter ecumênico, a partir da cooperação entre igrejas e instituições religiosas. O Instituto reúne evangélicos, kardecistas, católicos, umbandistas e ayahuasqueiros.
– Raimunda Bezerra
Raimunda Bezerra, 66 anos, nasceu em Brasileia e é filha de ex-seringueiros. Até os 23 anos morou em seringais e colônias. Começou a dar aulas aos 16 na zona rural. Já em Rio Branco, ela começou o engajamento social na igreja católica da Estação Experimental, onde participava da comunidade de base. Na década de 70, foi uma das fundadoras do Centro de Defesa dos Direitos Humanos e Educação Popular do Acre (CDDHEP), que atua na orientação de cidadãos em questões relacionadas à terra, moradia, crianças e violência de gênero. No bairro Seis de Agosto, ajudou a implantar a Rádio Comunitária Gameleira, que é importante ferramenta de mobilização, educação, informação e interação. Raimunda Bezerra teve como grande amigo, Chico Mendes. Depois da morte de Chico, foi uma das que levaram adiante sua luta pela criação de reservas extrativistas e organização de trabalhadores.