“O casamento coletivo ou união civil é um ato de resistência, além do amor”, comentou Nakágima Sanllay, 27, que na ocasião vai dizer sim pela segunda vez à Anne Caroline, 26. As duas participam do Projeto Casar é Legal é uma realização da Defensoria Pública do Acre (DPE) e visa promover o casamento coletivo homoafetivo em Rio Branco. A cerimônia ocorre nesta segunda-feira, 10, no Afa Jardim, em Rio Branco.
A iniciativa visa garantir a cidadania, resgatar a dignidade humana e ressaltar o combate à intolerância e ao preconceito. A histórias de amor entre Nakágima e Anne Caroline teve início a quatro anos. Porém, elas se conhecem há sete.
“Desde a primeira vez que a vi fiquei interessada. Já temos uma união estável registrada em cartório. Mas, como somos militantes e feministas. Acreditamos na causa. A oportunidade do casamento coletivo ou união civil é a realização de sonho e do amor, mas tbm é uma forma de resistência a esse modelo de família tradicional, conservadora. E isso nós não concordamos e não aceitamos”, comentou Nakágima.
Sobre a expectativa da cerimônia, elas se mostram ansiosas, nervosas e empolgadas. Elas tem o apoio do filho Antonio e dizem que isso é fundamental.
“Para gente isso basta. Ele é um menino maravilhoso. Tem nove anos de idade e respeita, compreende e aceita as pessoas de uma forma que às vezes nós adultas aceitamos. Ele nos ensina muito”, comentou emocionada Nakágima.
A iniciativa da DPE conta com a parceria do Tribunal de Justiça do Acre (TJ-AC), Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) e Cartórios de Registro Civil das Pessoas Naturais da Comarca de Rio Branco.
Esta é a segunda edição do projeto visa unir 17 casais homoafetivos pelo amor e justiça, a fim de enaltecer o princípio constitucional da isonomia, uma vez que a Constituição Federal veda qualquer tipo de discriminação, seja por origem, raça, sexo, cor, idade ou outras particularidades.
A data do casamento coletivo homoafetivo também foi escolhida para celebrar o dia em que a Assembleia Geral das Nações Unidas proclamou, a 10 de dezembro de 1948, a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
A data visa homenagear o empenho e dedicação de todos os cidadãos defensores dos direitos humanos e colocar um ponto final a todos os tipos de discriminação, promovendo a igualdade entre todos os cidadãos.