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Fisioterapeuta cria equipamentos de PVC para auxiliar pacientes de hospital do Acre

Fisioterapeuta cria equipamentos de PVC para auxiliar pacientes de hospital do Acre

Assim que foi lotada no Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco (Huerb), há quatro anos, a fisioterapeuta Michelle Frauzino percebeu a falta de infraestrutura e insumos para trabalhar com os pacientes. Foi quando resolveu, junto com um colega técnico em enfermagem, criar equipamentos de PVC para melhorar o atendimento dos pacientes.

E foi com recurso próprio que eles criaram quatro equipamentos de fisioterapia, entre eles uma cadeira para leito, um pedalinho, andador e uma barra paralela. Todos feitos com material de baixo custo e fácil limpeza, segundo ela.

“Quando fui lotada no hospital, claro que a gente já detecta de cara a ausência de infraestrutura e insumos para realização da fisioterapia. Fico lotada numa enfermaria, que é a clínica médica masculina, e a gente não tem absolutamente nenhum recurso para realização de fisioterapia”, contou a fisioterapeuta.

Ao G1, a direção do Huerb informou que não possui linha de trabalho de reabilitação, já que é uma unidade de saúde com atendimento para pacientes com casos de urgência e emergência. Segundo a direção, a rede estadual de saúde conta com pontos de atuação específicos de reabilitação como o CER III, antiga Funbesa e o INTO.

Ainda de acordo com a direção, o serviço de fisioterapia que existe dentro da unidade concentra-se nas salas de emergência fornecendo suporte ventilatório para os pacientes que necessitam do serviço de ventilação mecânica.

“Mesmo o Huerb não sendo um hospital de reabilitação, tem profissionais que procuram demonstrar que é possível obter recursos de forma barata, utilizando materiais recicláveis. É o caso dos materiais de PVC, que é um projeto de duas profissionais em fisioterapia que prestam seus serviços à unidade de saúde”, disse a direção em nota.

Michelle ressalta que o trabalho de fisioterapia tem grande importância no tratamento de pacientes em hospitais.

“A gente sabe que hoje, a presença do fisioterapeuta nos ambientes hospitalares é de suma importância, porque reduz o tempo de internação. Na UTI, por exemplo, reduz o tempo de intubação do paciente”, afirmou.

A ideia da cadeira para leito foi inspirada em um aparato criado por um fisioterapeuta de São Paulo. Segundo ela, esse aparelho nem existe no mercado e custou, com PVC, apenas R$ 30. A barra paralela criada pelos profissionais custou R$ 100, o andador R$ 120 e o pedalinho R$ 50.

“Há dois anos a gente fez a primeira cadeira, depois disso, começaram a surgir outras ideias. Como era muito difícil colocar os pacientes para andar, o segundo que criamos foi a barra paralela, que tem duas barras uma ao lado da outra e o paciente fica no meio e se locomove segurando nas barras. Depois, para colocar o paciente andando pelo corredor do hospital, fizemos o andador. Por último fizemos o pedalinho”, disse Michelle.

Ideia que fez a diferença

Para a fisioterapeuta, os equipamentos criados com PVC acabaram sendo uma solução barata e criativa para lidar com uma limitação do serviço. Segundo ela, a ideia é fazer ainda mais equipamentos para exercitar membros inferiores também, além de estender para todo o hospital.

“Como é de baixo custo, fácil limpeza e boa durabilidade a ideia é ampliar mesmo para toda a unidade. Com certeza tem feito a diferença para o atendimento dos pacientes. Para quem não tinha recurso nenhum, inclusive, antes era muito difícil colocar um paciente para andar, agora é possível”, disse a fisioterapeuta.

Michelle destacou que o tempo de internação reduz quando o paciente se exercita dentro do ambiente hospitalar. “Para o fisioterapeuta, o exercício físico é o remédio. Então, se você reduz o tempo de internação hospitalar é até uma economia. Além da questão do paciente ir para casa já bem mais independente”, concluiu. (Iryá Rodrigues / G1 Acre)

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