Os dois policiais militares presos pelo crime de tortura, no dia 1º de novembro, tiveram o pedido de habeas corpus negado pela Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Acre. A informação foi confirmada pelo advogado dos militares, Wellington Silva.
Os policiais foram presos durante a Operação Calvário, do Ministério Público do Acre (MP-AC) em Rio Branco. Segundo informações do órgão, os militares teriam pregado um homem no assoalho de uma casa para conseguir informações sobre o paradeiro de objetos furtados de outro policial.
Um terceiro militar foi preso dias depois por participação no crime. Os três estão detidos no Batalhão Ambiental, em Rio Branco. De acordo com o advogado, foi julgado na última quinta-feira, 29, apenas o pedido de habeas corpus dos dois que foram presos primeiro, ainda falta à análise do recurso solicitado ao outro militar.
“Foi denegada a ordem de habeas corpus e eles continuam presos. Nós já fizemos um novo pedido, que foi de revogação de prisão preventiva, o qual já foi protocolado para o juiz que decretou a prisão preventiva. Um dos que estão presos não teve ainda o habeas corpus julgado, deve ser na próxima quinta-feira [6]”, disse o advogado.
Um dos promotores que atuaram na operação, Teotônio Rodrigues, afirmou na época que a denúncia chegou ao MP por meio do Centro de Atendimento à Vítima (CAV) em maio deste ano.
“A partir das investigações, nós verificamos que essa pessoa tinha furtado a residência de um policial e esse policial, fora de serviço e junto com outros dois policiais, foram até o bairro Papoco. Lá, torturaram algumas pessoas até que localizaram a vítima. Esses policiais, todos sem fardas, entraram em uma residência e colocaram essa pessoa no assoalho da casa e pregaram ela no local. Antes disso, ela foi muito espancada”, informou o promotor.
A defesa informou que os três policiais se dizem inocentes das acusações. “Eles negam a autoria dos crimes, veementemente. Inclusive, vale destacar que a suposta vítima de tortura foi processada e denunciada também pelo crime de furto a um dos acusados”, afirmou.