O Corpo de Bombeiros se posicionou, nesta terça-feira, 8, sobre a explosão do compressor do ar-condicionado, que matou dois servidores do Hospital do Juruá, em Cruzeiro do Sul, e ainda deixou a chefe de manutenção ferida.
De acordo com o comando, o local onde era feito a manutenção no aparelho era inadequado e sem a ventilação necessária.
A explosão no Hospital do Juruá ocorreu no momento em que Marcelo Correia da Silva, de 44 anos, e Erisson Guedes, 18, faziam serviços de manutenção em um ar-condicionado. Os dois servidores foram atingidos por estilhaços do aparelho que explodiu. Marcelo morreu na hora e Erisson ainda foi socorrido com vida, mas morreu poucos minutos depois na sala de emergência do hospital.
A mulher de Marcelo, Maria Conceição Santos, de 41 anos, também saiu ferida e depois de passar por uma cirurgia de emergência, foi encaminhada para a UTI do mesmo hospital. Segundo os médicos da unidade, ela está fora de risco de perde a vida.
A sala, de mais de 60 m², servia como depósito de equipamentos usados do hospital e também era usada pelos servidores para fazer a manutenção dos aparelhos. No local havia uma bancada onde os dois funcionários faziam reparos nos aparelhos de refrigeração. No momento do acidente, tinha duas unidades condensadoras e uma delas estava sendo manuseada pelos técnicos.
Segundo o Corpo de Bombeiros, tinham ainda dois maçaricos de solda manual, um deles, que poderia está sendo usado pelos servidores, também explodiu. Na avaliação dos Bombeiros, o ambiente não tinha ventilação, o que aumenta o risco de uma explosão.
“O que foi observado é que o local é de pouca ventilação e até em virtude de ter muitos materiais, era um local de difícil mobilidade. Em local de pouca ventilação onde se trabalha com gás, o risco de acontecer um acidente é muito grande”, afirmou o comandante em exercício do Corpo de Bombeiros, capitão José Dutra de Oliveira.
O comandante explica que o tipo de produto que era usado pelos servidores pode provocar uma explosão de várias formas em ambientes fechados, como é a sala onde aconteceu o acidente na unidade de saúde.
“Esse gás que eles estavam usando é altamente explosivo, então, ele pode explodir ao cair no chão, ao ser exposto ao calor, as fagulhas e tem que ser manipulado em local com boa ventilação. Não pode nem ser armazenado em casa, tem que ser, mesmo depois de utilizado, armazenado em local bem arejado”, alerta o comandante.
Para o Corpo de Bombeiros, o que provocou a morte dos servidores foi os estilhaços da unidade condensadora do ar-condicionado. O que falta saber é o que provocou a explosão. Esse detalhe só será identificado com o serviço da perícia.
“Essa dinâmica do evento da explosão, envolvendo o cilindro do gás e a unidade condensadora do ar-condicionado, a gente ainda não pode afirmar como ocorreu. A perícia está sendo feita, e ela vai definir com mais precisão o que aconteceu”, esclarece Oliveira. (Mazinho Rogério / Do G1 AC)