O ex-governador Tião Viana (PT) rebateu, ontem, 30, apontamentos quanto ao seu governo feitos por seu irmão e também senador, Jorge Viana (PT/AC), na última terça, 29. Em encontro com jornalistas, o senador acreano disse que gostaria de ter participado mais ativamente do governo de Tião Viana. Jorge ressaltou que sempre tentou alertar sobre possíveis ‘erros’, mas nunca foi ouvido pelo irmão e sua equipe gestora.
“Não digo que isso é tão ruim, não. Cada um faz do seu jeito. Por isso, a gente segue como irmão. Política é diferente. Temos os mesmos propósitos, pensamentos. Eu vi que ele queria fazer do jeito dele, e até como irmão mais velho, eu digo: ‘não, vou me recolher para ser só senador’. E não tive a participação que eu poderia ter tido. Pra ter essa participação, você precisa se convidado. Eu não fui. Sempre que eu tentei, no começo, não era alertar sobre erros. Acho que a Frente Popular se descaracterizou muito nos últimos anos”, disse Jorge Viana, na oportunidade.
Jorge Viana acrescentou dizendo que os governos da Florestania se restringiram apenas ao dele e de Binho Marques. Para ele, classificar o governo de Tião Viana como da Florestania é ser injusto com ambos.
Tião Viana, por sua vez, não deixou por menos as declarações de Jorge. Por meio do ex-porta-voz do governo, Leonildo Rosas, o ex-chefe de Estado saiu em defesa de sua equipe. “É patético querer culpar a mim ou a qualquer membro da minha equipe. As boas lições da vida dizem: olhe-se no espelho, antes de o espelho se quebrar.
Reclamar que não foi ouvido e foi criticado por assessores é risível.
Recebi centenas de vezes menos atenção de seu governo do que ele do meu. Ainda assim, nunca reclamei ou critiquei. Apenas elogiei. E olhe que sei o que fiz em Brasília para ajudar o Acre”, escreveu Tião.
Sobre a derrota da Frente Popular, que, segundo Jorge Viana, se descaracterizou muito nos últimos anos, Tião Viana pontuou: “A derrota se deu por uma onda fascista que saiu levando às piores mudanças, ao abuso de poder econômico”, relatou.
Sem deixar explícito referir-se ao irmão Jorge Viana, o ex-governador acreano destacou: “Mas, se for para citar o periférico, basta lembrar que eu fui mais de mil vezes aos municípios, alguns foram menos de vinte. Enfrentei a grave crise política e econômica vivida pelo Brasil, enquanto outros preferiram viajar e alimentar suas vaidades”.
Ao final, Tião Viana deixou um recado taxativo a adversários e aliados: “Não me provoquem. Saí da vida pública na maior paz de consciência e do dever cumprido. Respeito é bom e eu gosto”, finaliza.