A 2ª Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Rio Branco aceitou a denúncia do Ministério Público do estado (MP-AC) e três suspeitos viraram réus pela morte dos três adolescentes que desapareceram após saíram da Expoacre no dia 5 de agosto do ano passado. A informação foi confirmada, nesta quinta-feira, 10, pelo Tribunal de Justiça do Estado (TJ-AC).
Clenilton Araújo de Souza, de 26 anos, Francimar Conceição da Silva, de 27 anos e Luiz Gonzaga, que está foragido com mandado de prisão em aberto, viraram réus no caso. O trio é acusado de homicídio triplamente qualificado.
Ao G1, a advogada de Souza, Aliany de Paula informou que ainda não foi intimada para apresentar defesa prévia e que vai pedir a absolvição do seu cliente. A reportagem não conseguiu contato com a defesa dos outros réus.
“Vamos pedir a absolvição primária, porque as provas que têm nos autos não envolvem o Clenilton. Está faltando incluir nos autos a perícia que foi feita no carro dele, então não dá para saber se tem algum envolvimento ou não, não tem testemunhas oculares. A única coisa que envolveu o nome dele seria uma ligação anônima dando nomes, mas fora isso não tem mais nenhum tipo de provas”, disse a advogada.
Conforme o TJ-AC, o júri popular ainda não foi marcado. Até o dia 16 de janeiro, é o prazo para a defesa dos suspeitos apresentar ou pedido de absolvição ou as testemunhas.
Souza e Silva foram presos no dia 6 de outubro de 2018 e estão no presídio Francisco D’Oliveira Conde, em Rio Branco. Segundo a Justiça, foi mantida a prisão cautelar dos dois.
Desaparecimento e mortes
Vitor Vieira de Lima, de 18 anos, e Isabele Silva Lima, de 13, desapareceram no dia 5 de agosto deste ano. Lima foi achado dias após o sumiço. De acordo com o delegado, ele foi esfaqueado e atirado dentro de um poço ainda vivo e morreu afogado. Já Isabele foi achada morta em uma área de mata.
No dia 23 de agosto do ano passado, os ossos de Amanda foram encontrados pela polícia. A ossada estava em formato de triângulo. Outra particularidade é que faltavam quatro dentes da parte da frente no crânio e havia sinais de que o corpo da vítima tinha sido queimado.
O ciúme teria sido a motivação para a morte dos adolescentes, de acordo com o delegado da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) que investigou o caso, Rêmulo Diniz. (Iryá Rodrigues / Do G1 AC)