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Assuero Veronez destaca como positiva nova agenda econômica do Acre com plantio de soja

O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Acre (Faeac), Assuero Veronez, destacou como positiva a agenda anunciada pelo governador Gladson Cameli (Progressista) em tornar o Acre um produtor, em escala comercial, de soja e outros produtos agrícolas, somando-se a outras cadeias produtivas como do peixe e a bovina, carro-chefe da economia do Acre.

Entusiasmado com o novo momento que o Acre vive, Assuero Veronez disse que o objetivo é colocar o Acre no roteiro da produção agricultura no País, assim como já acontece com o estado vizinho, Rondônia. Ele pontua que a hidrovia do Rio Madeira foi crucial para que os produtores acreanos apostem nessa nova cultura no Estado.

“A expectativa é grande. Que a gente possa tornar o Acre um polo de agricultura, de grão, especificamente de milho e soja. Nós temos terras, que a quantidade não é muito grande, mas temos terras apropriadas, ideais para a agricultura. Nós temos solos de boa fertilidade, topografia adequadas, temos acesso à tecnologia, temos infraestrutura que são as rodovias, energia que permitirá essa diversificação que sairia um pouco da pecuária e entraria na parte de grãos. E a grande facilidade que houve foi a hidrovia do Madeira que trouxe para Porto Velho as grandes exportadoras de soja e isso facilitou muito a comercialização desse produto. Os resultados têm sido animadores em termo de produtividade”, pontua Veronez.

Ao falar em termos econômicos, o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Acre disse que é necessário criar uma nova mentalidade no produtor acreano para que os resultados possam aparecer. Ele delineou que o avanço da fronteira agrícola é inevitável no País, tendo em vista a alta demanda por alimentos.

“A tendência é essa. Mas, você não consegue modificar isso em um ano. Isso é um processo em que você vai transformando aquelas áreas mais apropriadas em agricultura, aquilo que hoje é pecuária. Não é uma coisa simples você transformar um  pecuarista em agricultor, depende de incrementos, de incentivos, de estímulo. A pecuária é bem mais simples de mexer, mas agricultura é mais rentável. É um processo que vai acontecer como aconteceu em todas as regiões do país. A tendência é diminuir a área de pastagem que tem no País todo e vai se transformar entre 10 a 15 milhões de hectares que serão convertidos na agricultura, isso ocorreu no Mato Grosso, está acontecendo em Rondônia e vai chegar aqui também”, destaca.

Pequeno produtor

Na visão dele, o pequeno produtor pode ser inserido com o apoio do Estado com a concessão de maquinário. “Essa é uma agricultura de grande escala, mas o governo passado tinha montado uma estrutura de máquinas para prestar serviço ao pequeno agricultor. Isso permite que os pequenos possam plantar também”.

Veronez destacou que estrutura de secagem da produção é essencial para garantir a qualidade dos grãos. “A gente faz o sistema de plantio conservacionista, ou seja, que é o chamado plantio direto. A gente não gradeia o solo, pois se gradear fica ruim, quando chove atola muito. O Acre precisa de mais infraestrutura na parte de armazenagem e secadores. Isso tudo tem que passar pelo secador, os grãos e aí que você transporta para Porto Velho”, observa.

Aumentar a área de produção

Ao final, Assuero Veronez fez uma observação pertinente e ao mesmo tempo conflitante com as políticas ambientais postas no País. Para ele, apenas 12% de áreas abertas para a produção é pouco diante da necessidade econômica do Acre. A sugestão é que o Acre possa explorar mais 13% de suas áreas para serem convertidas em terras produtivas, alcançando os 25%.

“A agricultura só em áreas abertas, senão torna-se inviável. Você tem que desmatar, destocar, tirar todo o resíduo de floresta que tem. É um processo muito caro. Agricultura não incentiva desmatamento. Eu acho que essa área de pastagem que vai ser ocupada pela agricultura podia ser substituída por novas pastagens em áreas de novos desmatamentos, porque o Acre querer ter sucesso econômico com apenas 12% do seu território desmatado é muito pouco. Convenhamos, se a gente continuar com essa ideia de que não se pode desmatar, não se poderá avançar um pouco mais… Eu acho bastante razoável que o Acre tivesse 25% para a produção e 75% preservados, mas da forma que é hoje, 87% de preservação, é um pouco complicado porque temos pouco espaço”, completa.

“Se a gente continuar com essa ideia de que não se pode desmatar, não se poderá avançar um pouco mais”

JOSÉ PINHEIRO

 

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Fabiano Azevedo: