Em entrevista concedida ao jornalista João Pedro Pitombo, da Folha de S. Paulo, o governador do Acre, Gladson Cameli (PP), falou a respeito da demarcação de terras indígenas no país e o uso delas. Ele criticou o discurso de isolamento de índios nas aldeias. Alinhado com o pensamento de Jair Bolsonaro, Gladson disse que os povos indígenas querem acesso à saúde, educação, entre outros meios disponíveis na ‘civilização branca’.
“O que já está demarcado é mais do que suficiente. Não precisa aumentar mais nada. A única coisa que o índio quer é ter o direito à sua terra para produzir. Ele quer ter os mesmos direitos que o homem branco tem. O direito a ter uma saúde de qualidade, o direito de ir a uma faculdade. Essa conversa de que os índios querem ficar em suas aldeias é tudo conversa para enganar o mundo afora. É conversa de meia dúzia que usa o discurso indígena para se promover”, ressalta Gladson Cameli.
Ao ser questionado sobre o uso dessas áreas para agricultura, o governador acreano destacou que não vê a necessidade disso. Mas, frisou que há pontos que precisam ser revistos no país, como é o caso de Roraima. “É claro que tem situações pontuais como a de Roraima, em que quase metade do Estado foi demarcada como terra indígena [com a reserva Raposa Terra do Sol]. Mas ali foi um caso atípico”, lembra.
Referindo-se ao extrativismo como meio econômico, ele foi taxativo: “Não acredito mais no extrativismo como solução para a economia do Acre. E mesmo se eu quisesse incentivá-lo, a população não tem mais interesse. As pessoas não veem mais futuro nisso. Ficaram decepcionadas e perderam a esperança”, completa.
Sobre a Presidência de Jair Bolsonaro, Cameli disse que as reformas propostas pelo presidente são necessárias para o crescimento do Brasil, e elogiou a postura de Bolsonaro ao nomear ministros sem indicação política.
“A nossa agenda estadual será bastante alinhada com a agenda que o presidente está adotando nacionalmente. Concordo com as medidas que ele está propondo. Eu vim do Legislativo e sei que as reformas são essenciais para o país voltar a crescer e para que estados e municípios possam se desenvolver”, frisa.
JOSÉ PINHEIRO