Uma inspeção ao prédio da administração do Memorial dos Autonomistas descobriu o descaso por peças históricos do Acre, entre elas a espada que homenageia o comandante da Revolução Acreana, o coronel José Plácido de Castro, jogada sobre uma mesa de uma sala vazia e vulnerável à ação de vândalos.
A visita ao Memorial foi feita, na última quinta-feira, 10, pelo diretor-presidente da Fundação de Cultura Elias Mansour, Manoel Pedro Gomes. “Foi uma surpresa para mim e para a nossa equipe”, disse Correinha, como é mais conhecido.
“A espada, que é um dos principais objetos históricos do Estado do Acre, não deveria ter sido encontrado nessa circunstância, pois deveria estar devidamente guardada, exatamente por se tratar de um objeto que simboliza o principal registro histórico da Revolução Acreana.” salientou o diretor-presidente da FEM.
Correinha admirou-se, pois a espada poderia ter sido roubada, da forma em que a encontraram. “Causou-me assombro ver a espada nessas condições e de ver um memorial que foi recém-inaugurado e encontrarmos neste estado. Há muito trabalho a ser feito, mas a espada agora ficará em boas mãos e vamos ter este cuidado de verificar todo o acervo histórico do Acre e proteger o patrimônio cultural público.” afirmou o diretor-presidente da FEM.
O diretor rapidamente entrou em contato com o comandante geral da Polícia Militar do Estado do Acre, coronel Mario Cesar Souza Freitas, que solicitou que um policial fosse pessoalmente ao seu encontro para receber das mãos do diretor, a espada e assim, ficasse na proteção do comando geral.
O Memorial dos Autonomistas passou por recente reforma no final do ano de 2018, mas precisa de ajustes, principalmente o Teatro Hélio Melo, anexo ao memorial, que não tem nenhuma segurança em suas portas e estão sendo fechadas com fio cabo elétrico. O Memorial não está sendo visitado, mas em breve estará com suas portas abertas a visitação do público.
Sobre José Plácido de Castro
José Plácido de Castro, coronel gaúcho que liderou a Revolução Acreana, nasceu em São Gabriel, no Rio Grande do Sul, em 12 de dezembro de 1873. Filho do capitão Prudente da Fonseca Castro, veterano das campanhas do Uruguai e Paraguai, recebeu o nome do avô José Plácido de Castro, major paulista. Seu bisavô Joaquim José Domingues participou da conquista das Missões em 1801.
Plácido de Castro estava demarcando o seringal Victoria, quando ficou sabendo pelos jornais, em 1901, que a Bolívia arrendaria o Acre a uma companhia norte-americana, Bolivian Syndicate. Era a motivação que faltava e que o levou, aos 27 anos de idade, a liderar uma revolução vitoriosa contra os bolivianos com um exército, de 30 mil homens, formado por seringueiros, índios e ribeirinhos. Em 1908 foi ferido em uma emboscada, vindo a falecer em 11 de agosto de 1908 em decorrência dos ferimentos. Em 17 de novembro de 2004, Plácido de Castro – o Libertador do Acre, foi entronizado no Panteão da Pátria e da Liberdade e, teve seu nome escrito no “Livro dos Heróis da Pátria” como o mais novo herói brasileiro. (Luana Lima/Secom)