Quatro estoques e uma quantidade de droga foram encontrados dentro do Centro Socioeducativo Aquiry, em Rio Branco. A ação de revista começou no domingo, 7, e encerrou nesta terça-feira, 8.
Ao todo, 77 adolescentes estão detidos na unidade e são separados por facções criminosas. No Acre, há nove unidades socioeducativas, sendo cinco na Capital e as outras quatro espalhadas pelo interior do estado.
Segundo o diretor-presidente do Instituto Socioeducativo do Acre (ISE), Rogério Silva, a operação contou com 70 agentes socioeducativos, além de 15 policiais militares e oito policiais civis.
“O objetivo é fazer buscas nas unidades. Tanto busca pessoal quanto na parte interna do prédio, em busca de material entorpecente e material perfurocortante, além de outros objetos que possam gerar um grau de risco para os adolescentes.”
Silva também falou sobre as principais dificuldades encontradas nas unidades socioeducativas do Estado.
“As dificuldades são de cunho estrutural e de custeio. Mas, já estamos avançando na parte de ação e na parte de custeio, pois já entramos em contato com os principais fornecedores. Na parte estrutural estamos fazendo um levantamento para tomarmos providências.”
O diretor-presidente comentou o afastamento do antigo gestor do órgão, Rafael Almeida. O pedido de desligamento partiu da 1ª Vara da Infância e da Juventude de Rio Branco, após a morte de um adolescente de 13 anos no Centro Socioeducativo Santa Juliana em novembro de 2018.
Os acusados de matar o adolescente foram condenados a 49 anos por homicídio qualificado, por motivo torpe, no caso por vingança, e recurso que impossibilitou a defesa para a vítima.
“Tive conhecimento dessa informação e ali, ao que parece, não foi obedecida a decisão do judiciário. Então, a nossa metodologia de trabalho vai ser sempre atuar em parceria com o Ministério Público e com o Judiciário para evitar esse tipo de transtorno.”
Revista no FOC
Também estão sendo realizadas, desde o último final de semana, ações de revistas em seis pavilhões do presídio Francisco de Oliveira Conde (Foc).
O balanço geral das apreensões ainda não foi divulgado, mas até o momento foram encontrados aparelhos de celular, drogas e armas artesanais, segundo o diretor do Instituto de Administração Penitenciária (Iapen), Lucas Gomes.
“O objetivo é retirar ilícitos e dificultar a comunicação de presos com o ambiente interno para evitar ordens de crimes que partem lá de dentro. Desde o dia 3 de janeiro estamos realizando ações nos presídios, e vamos continuar com ações tanto no presídio em Rio Branco como no interior.”
Sobre o funcionamento de celulares dentro do presídio que possui bloqueador de sinal, o diretor explica que, ao constatar a falha, as operadoras de telefonia atualizam o sistema, enviando sinal aos aparelhos.
“Estamos tratando isso com as operadoras porque há uma variação de sinal. Quando a operadora envia o sinal, os presos acabam enviando e recebendo mensagens nesses períodos.”
BRUNA MELLO